Depois de cerca de cinco horas de cirurgia, Francisco Celestino Garcia Junior, de 59 anos, deixou o centro cirúrgico do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. A operação terminou por volta de 18h desta terça-feira (26). Passageiro do voo da TAM que sofreu forte turbulência, Garcia Junior, que usa uma prótese na perna esquerda, teve fratura no fêmur e fissura no ombro. ?Ele colocou oito parafusos e uma placa no fêmur. Vai ficar quatro meses sem andar?, contou Alline Garcia Cury, 29, filha do paciente.
Até as 18h30, o Hospital Albert Einstein não havia divulgado novo boletim médico sobre o caso. Outro ferido que segue hospitalizado é a passageira Ana Maria Lima, que está internada no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ela passa por exames e deve passar por cirurgia por causa de fratura de fêmur e coluna.
Ana Maria e Garcia Junior estavam entre os 154 passageiros do Airbus que vinha de Miami e pousou no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, na noite de segunda-feira (25). A TAM informou que 21 pessoas ? 16 passageiros e 5 comissários - ficaram feridas depois que o avião perdeu altitude bruscamente e deu ?trancos violentos?, como relataram testemunhas. Algumas levantaram a ponto de bater a cabeça no teto da aeronave.
Alline contou que a cirurgia do pai, mesmo delicada, ?foi um sucesso?, mas que ele precisará de muito repouso. ?Nesse primeiro mês ele nem coloca o pé no chão. Pelo menos (a queda) não abalou a prótese?, disse a farmacêutica. Como o paciente sente muita dores, somente na manhã desta quarta (27) deve ser feita uma ressonância magnética para ver a extensão do dano no ombro esquerdo.
Segundo a filha, Garcia Junior tinha acabado de desatar o cinto para que sua mulher fosse ao banheiro. Neste momento, a turbulência começou e ele caiu uma vez. Quando tentava levantar, caiu novamente. ?Foi uma queda atrás da outra. Tudo muito rápido?, relatou Alline, que não estava no voo. Mas a família toda dela sim: além do pai, estava a mãe, duas irmãs e um irmão. Eles sofreram apenas escoriações.
Apesar do transtorno, a família Garcia ainda não pensou se pretende tomar providências contra a companhia aérea. ?O que importa primeiro é a saúde do meu pai e a TAM está nos dando toda a assistência?, disse ela, que mora com os parentes em Mogi das Cruzes, a 57 km da capital. De acordo com o relato, dos pais e irmãos da moça, o aviso de atar os cintos chegou no mesmo momento da turbulência. ?Não deu tempo de colocar o cinto?.
Trauma na coluna
Também internada por causa de uma queda durante o voo, Ana Maria Lima sofreu fratura de fêmur e coluna. Segundo boletim médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na região central, ela deve se submeter a uma cirurgia após exame e análise das condições clínicas. Os médicos informam que o estado dela é estável e não houve danos neurológicos.
Uma pessoa que viajava a bordo do avião contou o que aconteceu. ?O piloto deu o aviso do cinto. Na hora, o avião já deu uma caída muito feia. Quando ele caiu de uma vez, todo mundo bateu a cabeça em cima. Estragou a parte de cima. Na hora que ele parou de cair, as pessoas voltaram ao chão. Não sei dizer quanto tempo ele ficou caindo, mas a impressão é que foi a vida inteira, mas deve ter dado alguns segundos. Não sei dizer?, relatou o corretor de seguros Marcelo Garcia.