A partir dos 35 anos a fertilidade feminina começa a diminuir, mas estudos apresentados recentemente pela Sociedade Europeia de Reprodução e Embriologia apontaram que aos 38 anos as chances de engravidar naturalmente diminuem drasticamente. A técnica de congelamento de óvulos vem sido uma alternativa para essas mulheres que por razões profissionais, afetivas e mesmo de saúde, adiaram a maternidade.
O estudo apresentado no encontro anual em Lisboa foi realizado com 4.200 mulheres entre os 38 e os 44 anos, que foram submetidas a 5.841 ciclos de Fertilização In Vitro. Entre os 38 e os 39 anos, cerca de 24% das mulheres que se submeterem a tratamentos de fertilidade conseguiram engravidar, valor que desceu drasticamente para 15% para as mulheres entre os 40 e 41 anos. A tendência mantém-se: as mulheres entre os 42 e 43 anos ficaram nos 6,6%, valor que baixou para 1,3% quando se trata de mulheres com 44 anos ou mais.
Na prática, o congelamento de óvulos (vitrificação) funciona de forma bem simples. As pacientes são submetidas à indução da ovulação por, aproximadamente, dez dias. Nesse período, recebem hormônios, geralmente aplicados de forma subcutânea. Normalmente, a mulher libera apenas um óvulo por ciclo menstrual. A indução é necessária para que haja liberação de mais óvulos. Nesse período, são realizadas ultrassonografias para acompanhar a resposta ovariana ao estímulo hormonal.
Segundo o especialista em reprodução humana, Anatole Borges, casais sem problemas de infertilidade acima dos 35 anos têm em torno de 20-15% de chance de engravidar naturalmente ao mês. “Quando a idade da mulher ultrapassa os 38 anos essa chance cai para menos de 10%. Assim as mulheres acima dos 35 anos que não desejam logo ter filhos ou que ainda mesmo não encontraram o companheiro podem garantir seu futuro reprodutivo através do congelamento de óvulos e embriões”, explicou.
O especialista disse ainda que, para as mulheres que não têm um parceiro definido o mais indicado é o congelamento de óvulos. “O congelamento de óvulos tem obtido ótimos resultados mesmo a longo prazo (acima de 05 anos) em especial devido ao avanço das técnicas de vitrificarão para congelamento. Já para os casais que desejam adiar a concepção, o mais indicado é o congelamento dos embriões”.
Vale lembrar que quanto mais cedo a mulher “poupar” sua fertilidade, maior será o sucesso no futuro, sendo assim mesmo com os avanços das técnicas de reprodução assistida, “não adianta pensar em congelar óvulos acima dos 40 anos pois eles podem não existir mais”, finalizou Dr. Anatole Borges.
Planejando a gravidez
A decisão de engravidar traz mudanças na vida de toda mulher e é preciso preparar a mente e o corpo para um passo tão importante. Um tópico que não pode ficar de fora do planejamento de gravidez é a vacinação. Este cuidado faz parte da preparação, assim como os exames médicos, atenção psicológica, nutrição, ingestão de vitaminas, controle do peso corporal e a prática de exercícios físicos.
Atualmente, a maior parte das vacinas recomendadas para as futuras mamães está disponível no SUS, por isso não há razão para que elas se descuidem. Veja algumas doenças que podem ser prevenidas antes da gestação e os riscos que elas oferecem aos bebês:
Coqueluche - conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença bastante grave entre os bebês no primeiro ano de vida, com risco de hospitalização e até mesmo de morte. Em mais de 50% dos casos, os pais e outros familiares foram a principal fonte de transmissão da infecção.
Rubéola – Doença infecto-contagiosa representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação. A infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e ou-tras). A vacinação contra a rubéola é a única medida preventiva e segura.
Gripe – a vacina antes da gestação é essencial, pois as complicações da gripe podem ser mais graves durante este período. Em 2015, o Brasil deu mais um passo importante no avanço ao combate da gripe com a aprovação da vacina tetravalente do país, capaz de proteger contra quatro cepas do vírus influenza, dois do tipo A e dois do tipo B.
Hepatite B – a proteção é indicada, pois caso a mulher contraia o vírus durante a gravidez, a situação se complica, pois a transmissão para o bebê pode ocorrer durante a gestação ou, principalmente, no momento do parto. Em recém-nascidos, as chances de a hepatite B evoluir para uma hepatite crônica é de 90%, de acordo com o Ministério da Saúde, por isso os bebês recebem a primeira dose contra hepatite B logo após nascerem. (Maxpress).