Amigos e familiares do cabo Ari Dirceu Fernandes Júnior, 23, e do soldado Kleber da Silva Santos, 22, ambos do 2º Batalhão de Infantaria Leve Martim Afonso, em São Vicente (Baixada Santista), participaram nesta sexta-feira de uma missa em homenagem aos dois militares mortos no terremoto no Haiti.
Os corpos são aguardados para este final de semana pelos parentes. A filha de 3 anos de Fernandes Júnior não sabe que o pai morreu.
A missa foi celebrada em uma capela que fica no interior do Batalhão. A mãe de Santos, Aparecida, passou mal durante a cerimônia e precisou ser amparada por parentes. Já a mãe de Ari, que ainda está muito abalada com a morte do filho, não esteve no local.
A volta do cabo para o Brasil estava marcada para o dia 25 deste mês, e a família já se preparava para comemorar o aniversário de 4 anos da menina, em fevereiro.
Tio de Santos, João Bispo dos Santos, disse que o sobrinho fazia o que gostava e que procurava se comunicar com a família sempre que podia. "Ele gostava da carreira militar e ficou feliz em ter ido ao Haiti. Ele falava com a gente quase todo dia. Na última vez que ele falou com a mãe, ele mandou um beijo para ela, e disse que tinha que sair. Agora a nossa angústia fica em saber quando o corpo dele vai chegar", disse o tio.
O cabo Danilo Amante, 21, era amigo de Fernandes Júnior e tem um irmão que está no Haiti. "Conheci o Ari quando entrei aqui, há três anos. Foi meu companheiro de alojamento. Estávamos sempre juntos, jogando videogame, assistindo à TV, batendo papo. Era uma excelente pessoa, brincalhão, além de um ótimo profissional", afirmou.
De acordo com o tenente-coronel Carlos Fernando Vilanova, 89 homens do Batalhão atuavam no Haiti. Até o momento, não há mais subordinados na relação de mortos ou feridos. As duas famílias receberão auxílio para o enterro e velório dos parentes.