Filha de policial filmado batendo em garoto é agredida perto da escola

O agente explicou que a garota estava sendo ameaçada e foi atacada por um grupo próximo ao colégio.

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Uma estudante de 13 anos, filha do policial civil Daniel Carneiro, de 51, que foi filmado batendo em um garoto, de 13 anos, na porta de uma escola, em Trindade, na Região Metropolitana, foi agredida nesta segunda-feira (16) por duas colegas. O  agente explicou que a garota estava sendo ameaçada e foi atacada por um grupo próximo ao colégio. “Por isso eu fui lá tirar satisfações daquela vez, pois queria proteger minha filha. Não acreditaram quando a gente relatou as ameaças e agora deu nisso. Minha menina está toda machucada”, relatou.

Segundo o policial, as agressões contra a filha aconteceram nas proximidades do Colégio Estadual Alfa Ômega, onde a garota estuda. “Desde a outra confusão, na semana passada, ela não estava indo [na aula]. Mas não era justo que perdesse mais aulas. Aí hoje ela retornou para a escola e um grupo de estudantes a atacou. Tudo por uma briga de escola, envolvendo namoradinhos, mas que deixou minha filha com escoriações pelo corpo todo. Por sorte uma professora a socorreu”, contou.

Apesar dos ferimentos, Carneiro disse que a filha não precisou ser levada a um hospital e que ela foi submetida a um exame de corpo de delito. Ela tinha lesões nas costas e no joelho. “Levei a para o procedimento e depois fomos a DPCA [Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente] de Trindade, onde o caso foi registrado. Espero que este caso ganhe a mesma repercussão do que o outro, já que minha filha sempre foi a vítima dessa história”, ressaltou.

A delegada Renata Vieira, titular da DPCA de Trindade, informou que as suspeitas tem 14 e 17 anos. “As autoras chegaram aqui e falaram que ela teria ameaçado uma criança de dois anos. Enfim, o que nós percebemos é que as adolescentes hoje acabaram tendo o mesmo comportamento que o pai da menor teve na semana passada”, disse. As adolescentes foram liberadas após prestarem depoimento.

Procurada, a direção do colégio confirmou que a garota foi agredida a cerca de 500 metros da escola. Segundo a instituição, uma professora, que já se preparava para ir embora, presenciou a violência e socorreu a menina, colocando-a dentro de um carro. Em seguida, a Polícia Militar foi acionada.

Agressões

A agressão ao menino de 13 ocorreu na manhã de terça-feira (10), na frente do mesmo colégio. A confusão foi gravada por estudantes que estavam no local. No vídeo, é possível ver o adolescente levando tapas e socos, encostado no carro do suspeito. Em seguida, o policial joga o estudante no chão, o enforca e volta a atingir o seu rosto com mais tapas. Neste momento, outros estudantes que estavam no local tentam separar os dois.

Porém, a confusão não termina. Na continuação do vídeo, o policial aparece saindo de seu carro apontado uma arma para os alunos que estão na rua. No entanto, segundo a polícia, ele não efetuou nenhum disparo. Carneiro e o garoto foram levados para a delegacia. Em seguida, o menor foi encaminhado para um hospital, onde realizou exame de corpo de delito. Apesar dos golpes do policial, ele não chegou a se ferir.

Na ocasião, o agente alegou em depoimento que o garoto e um colega, namorado de uma rival de sua filha, foram até a sua casa e ameaçaram a garota. Isso teria motivado a agressão. No dia do fato, o policial assinou um boletim pelo crime de vias de fato e foi liberado.

A Polícia Civil instaurou uma investigação e concluiu o inquérito na última quinta-feira (12). Carneiro foi indiciado pelos crimes de exposição ao perigo, por ter apontado a arma em via pública, e contravenção, por ter entrado em vias de fato com o menor.

Ficha policial

A Corregedoria da Polícia Civil investiga o caso e instaurou processos administrativo e penal. Segundo a corporação, ele havia sido expulso da corporação em 2002 pelo crime de corrupção, mas foi reintegrado em 2009 por ordem judicial.

Em 2004, o policial foi apontado como autor da morte da ex-mulher. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás, ele foi condenado por homicídio qualificado e, atualmente, cumpre pena em regime aberto domiciliar.

A Polícia Civil afirmou que o crime atribuído ao policial foi cometido quando ele estava fora da corporação, e acrescentou que “a conduta praticada pelo referido policial é isolada e inadequada para uma instituição que prega o bom atendimento e qualidade nos serviços que presta”.

A corporação chegou a informar que Carneiro respondia na Justiça pelo crime de furto, mas voltou atrás em um comunicado, divulgado nesta segunda-feira (16), e disse ter a “obrigação de retratar do equívoco” e pediu desculpas “pelos transtornos que, porventura, tenham sido causados ao ofendido”.


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