O jovem Adriel Montenegro dos Santos, de 23 anos, acusado de matar a ex-namorada de 15 anos, em Salvador, foi condenado 16 anos e 7 meses de prisão em júri popular realizado na sexta-feira (19/07), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. As informações são do G1.
A juíza Gelzi Maria Souza proferiu a sentença por volta das 20h20, quase 12 horas após o início do julgamento.
O réu foi condenado a 16 anos e 7 meses, em regime fechado, por homicídio com motivo torpe, sem possibilitar defesa da vítima, e feminicídio. E pode pegar mais um ano por porte ilegal de arma. Essa acusação ainda vai ser julgada, segundo o advogado da família da vítima, Rogério Matos.
Adriel está preso desde setembro de 2017, e, após o julgamento, voltou para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, na capital baiana, para cumprir o restante da pena.
Pouco antes da juíza ler a decisão do júri, a plateia ficou muito agitada. Márcio Paixão, pai de Andreza, estava sentado, de olhos fechados. A mãe da garota, Lívia Tito, saiu da sala. Após a sentença, a família da vítima aplaudiu o júri.
"Muito feliz porque o Adriel vai ficar condenado, Adriel vai ficar preso. Ouvi tantas mentiras, tantas mentiras. A mãe de Andreza está aliviada e, para mim, esse caso de Adriel Montenegro acabou", disse Lívia Tito.
O pai de Adriel chorava muito enquanto o júri estava reunido em uma sala reservada. Logo depois da sentença ser lida ele deixou o local. A defesa do acusado informou que já recorreu da decisão.
A prima de Adriel Montenegro, Ancy Lavínia Pereira dos Santos, uma das testemunhas apresentadas pela defesa do réu, será encaminhará para a delegacia após pedido do Ministério Público, durante o julgamento, de inquérito por falso testemunho. Segundo o promotor, no júri, a jovem mudou a versão do depoimento dado em audiência de instrução antes do julgamento.
Andreza Victória foi morta com um tiro na nuca, na casa de Adriel, localizada no bairro de Itapuã, em Salvador, no dia 17 de abril de 2017.
Conforme informou a polícia, o suspeito, na época com 21 anos, encontrou com a garota no Colégio Rotary, também em Itapuã, onde ela estudava. De lá, os dois seguiram caminhando para a casa dele, que fica no mesmo bairro. Ao chegar na varanda do imóvel, a vítima foi baleada.
A adolescente foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro de Itapuã e, em seguida, transferida ao Hospital Geral do Estado (HGE). Apesar do socorro, ela não resistiu aos ferimentos. O pai de Adriel é policial militar e foi quem socorreu a garota com ajuda de um dos filhos, irmão de Adriel.