O pr?dio, constru?do h? mais de 100 anos, fica pr?ximo a outras edifica?es antigas como o Pal?cio do Com?rcio, Correios e Tel?grafos. Mas o emaranhado de fios dificulta a visualiza??o dos tra?os da arquitetura da ?poca. Esse cen?rio vai se repetindo em v?rias ruas do Centro Hist?rico de Fortaleza. Quando se olha mais atentamente para as fachadas dos im?veis cercados pela fia??o e em seguida, para outros que est?o livres, ? que se percebe como os fios contribuem para polui??o visual. Especialistas lembram que o problema n?o ? s? visual, mas tamb?m de seguran?a.
A vendedora Denise Gomes fica na porta da loja recepcionando os clientes. "Aproveito tamb?m para olhar a rua, observar os pr?dios e o que me chama aten??o s?o os fios que cruzam as fachadas." Ela lembra que percebe a diferen?a quando olha para a Casa de Juvenal Galeno que por sorte n?o tem fia??o a sua porta. Mais adiante, o Theatro Jos? de Alencar ? outra edifica??o livre da confus?o de fios. Na rua Pedro Borges com Floriano Peixoto, pouco se v? a parte superior da frente do pr?dio. Embora haja fachadas de pr?dios, inclusive antigos, localizados na Pra?a do Ferreira, que est?o limpas.
Quem observa a lateral do pr?dio da Caixa Econ?mica Federal, que ? tombado, pela rua Guilherme Rocha com General Bezerril, v? como faz diferen?a a fia??o n?o passar perto da estrutura do pr?dio. O mesmo n?o ocorre com o seu vizinho, que fica no lado oposto. A edifica??o ? bem conservada, mas os fios dificultam a visualiza??o dos detalhes existentes nas janelas da parte superior. O aposentado Alberto Karan lembra que nas cidades modernas a solu??o foi fazer a fia??o subterr?nea. "O problema ? que limpar visualmente a cidade custa caro."
O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-Cear?), Ant?nio Salvador, diz que a futura sede do Crea, na rua Castro e Silva, estar? livre do inc?modo visual causado pelo excesso de fios. "Conseguimos isolar a fia??o e embutir por cima da marquise". Al?m da est?tica, foi contemplada a parte da seguran?a. A edifica??o ? antiga. Salvador n?o concorda com a justificativa de que a fia??o subterr?nea n?o ? adotada por causa do alto custo. Para ele, o problema ? de consci?ncia cultural.
Jos? Sales Costa Filho, arquiteto urbanista, tamb?m ressalta que n?o ? s? o aspecto visual, mas o de seguran?a tamb?m. Ele ressalta que a fia??o subterr?nea al?m de ser mais f?cil de fazer a manuten??o e segura, n?o interfere no espa?o p?blico. "A fia??o suspensa ? absoleta." E cita o exemplo do Centro Hist?rico de Recife que est? livre dos fios.
A gerente de Comunica??o da Coelce, Concei??o Rodrigues, diz que a Companhia est? aberta para receber projetos de rede subterr?nea para ?reas de pr?dios p?blicos. Ela cita o exemplo da cidade de Sobral. "A Coelce n?o s? elaborou o projeto da obra, mas ajudou tamb?m no projeto para capta??o de recursos oriundos da lei federal de Incentivo ? Cultura."