Em programação alusiva à Campanha Outubro Rosa, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) realizou exames das mamas em dezenas de mulheres em situação de rua, nesta última quinta-feira (17), na Unidade Básica de Saúde (UBS) Cidade Verde.
Érica Resende, de 47 anos de idade, e que há 30 anos mora nas ruas, foi uma delas. “Essa ação é ótima e ajuda muitas mulheres que não têm condições e têm dificuldades de saber o que é câncer de colo de útero e de mama, doença que mata muito no Brasil”, conta ela.
Érica Resende fala ainda sobre os cuidados que recebe durante todo o ano do Consultório na Rua (CR), iniciativa da FMS. “O pessoal do Consultório na Rua está sempre procurando a gente, para nos tratar. Se a gente estiver precisando de receita, de remédio, de consulta, de roupa, qualquer coisa, eles nos ajudam. Hoje foi um dia muito especial para nós, foi maravilhoso ter mais informações e fazer exames. Tem mulher em situação de rua que tem doenças e não sabe que tem”, finaliza.
Outra usuária atendida foi a Mabel da Costa, que vive em situação de rua desde 2007 e tem 50 anos de idade. Ela se mostra satisfeita com a ação do Consultório na Rua (CR). “Essa ação foi bem interessante, por vezes, nós acabamos deixando de nos cuidar. É importante porque também somos sociedade. Temos que começar a caminhar, a pedir os nossos direitos e lutar pela saúde. Quem sabe poderemos sair do espaço de rua, deixar a dependência química e retornar à faAs ações para prevenir e detectar câncer de mama em mulheres em situação de rua estão sendo intensificadas no mês de outubro pela FMS, por meio do CR. “Elas fizeram exames de mama e citopatológico e participaram de palestra, na qual estimulamos o autoexame. Nós também as encaminhamos para realizar ultrassonografia mamária e mamografia. Com essa iniciativa, pretendemos melhorar a qualidade de vida dessas mulheres tão sofridas e estigmatizadas”, ressalta a enfermeira do CR Marina Leite.
Todas as atividades do evento foram coordenadas pela equipe do Consultório na Rua (CR), composta por médico, enfermeiro, redutor de dano, assistente social e psicólogo. “É importante destacar que, diariamente, esses profissionais circulam em uma van atendendo as necessidades de saúde de pessoas em situação de rua. O nosso atendimento acontece de segunda a sexta-feira, nas ruas, praças e em locais em que há aglomeração dessa população”, finaliza Marina Leite.
Atualmente, cerca de 626 pessoas em situação de rua estão cadastradas no CR, entre ativos e inativos. “Essa população está crescendo a cada dia e, inclusive, pessoas que tinham vida organizada agora vivem nas ruas. A população pode enxergá-las como usuários de droga e não ver as suas histórias de vida. É preciso que tenhamos um olhar diferenciado para eles e acabemos com o preconceito”, argumenta a assistente social do CR, Melissa Lima.