Como parte da terceira edição da “Campanha Nacional de Hanseníase, Geo-helmintíases e Tracoma”, do Ministério da Saúde, alunos de cinco a 14 anos de mais de 350 escolas públicas de Teresina serão avaliados para o diagnóstico e tratamento da hanseníase, tracoma e verminose. Em Teresina, as ações iniciam nesta quinta-feira (13), a partir das 7h, na Escola Municipal José Nelson de Carvalho, localizada na Rua Basílio A. de Carvalho, nº 1009, bairro Parque Alvorada, zona Norte.
No período de quase 10 anos, Teresina diminuiu em 50% os casos de Hanseníase, mas a busca ativa de casos continua acontecendo na capital. A ação, organizada pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), tem como objetivos reduzir a carga parasitária em escolares de cinco a 14 anos e identificar casos suspeitos de hanseníase, pois ambas as doenças têm como característica a presença de manchas no corpo.
Profissionais de saúde estarão na escola para fazerem a busca ativa de casos de hanseníase por meio do chamado método do espelho, que usa um formulário no qual os pais devem informar sobre eventuais sinais e sintomas sugestivos no corpo de seus filhos. Nos formulários, que inclui o desenho do corpo humano, os responsáveis vão marcar onde as crianças possuem qualquer tipo de machas na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica.
“Nossa escola tem mais de 430 alunos. Nós já recolhemos os formulários para que os profissionais possam fazer as identificações de possíveis manchas nos alunos. Os estudantes também levaram para casa e já trouxeram para a escola um termo de recusa caso os pais não desejem que seus filhos sejam medicados com Albendazol”, afirma a diretora adjunta da Escola Municipal José Nelson de Carvalho, Marta Costa.
A campanha de verminoses pretende reduzir a carga das verminoses (parasitas intestinais conhecidos como lombrigas), que causam anemia, dor abdominal e diarreia, com o uso de vermífugo preventivo. Esses parasitas podem prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança.
De acordo com o médico Kelsen Eulálio, coordenador de Hanseníase da FMS, o escolar que não tiver o termo assinado receberá a dose do medicamento Albendazol 400mg, para o tratamento de verminoses. "A dose é única, não tóxica, de baixo custo e já foi utilizada em milhões de indivíduos em diversos países e relatado na literatura científica. Seus efeitos colaterais são raros e sem gravidade”, explica.
Em 2005 a FMS registrou mais de 800 casos de Hanseníase na capital, no ano de 2014 foram totalizados 440 casos. “É um avanço essa queda nos números, mas precisamos continuar a busca ativa e tratamento de novos casos que venham a surgir. Apesar dos indicadores positivos, não podemos deixar de fazer um bom trabalho de parceria entre setores de saúde, educação, pais e responsáveis das crianças e adolescentes. Todos precisam estar cientes de que a saúde dos educandos é fundamental para que eles possam ter melhores desempenhos educativos”, afirma o enfermeiro Salmon Alencar, da coordenação de Hanseníase da FMS.
A hanseníase é uma doença que atinge principalmente a pele e os nervos, podendo afetar a face, os braços, as pernas, as mãos e os pés. Se não for tratada, ela pode causar incapacidades ou deformidades nas mãos, nos pés, no nariz, nas orelhas ou nos olhos. A doença pode atingir homens, mulheres, adultos e crianças e é transmitida de uma pessoa para outra por meio de contato próximo e prolongado. Pessoas com hanseníase param de transmitir a doença imediatamente depois que iniciam o tratamento, que é gratuito e realizado em qualquer Unidade Básica de Saúde.
Os principais sintomas que indicam hanseníase são: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas; manchas dormentes (com diminuição da sensibilidade); dormência nos pés, caroços avermelhados ou castanhos.