O mutirão da hanseníase realizado pela Fundação Municipal de Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde, atendeu 199 pessoas com manchas suspeitas e foram diagnosticados 63 casos novos da doença. Os atendimentos ocorreram no Ambulatório do Hospital do Dirceu (zona sudeste), Ambulatório do Hospital Mariano Castelo Branco (zona Norte) e na Clínica de Dermatologia do Hospital Getúlio Vargas (Centro).
“O tratamento da hanseníase é de acordo com a classificação operacional da doença, da forma clínica. A classificação fica como paciente Multibacilar ou Paucibacilar. Esse último segue tratamento por seis meses e toma dois tipos de medicamentos. Já o paciente Multibacilar recebe quantidade maior de medicação, são três tipos, e o tratamento dura 12 meses. É um tratamento garantido pelo SUS e esse paciente vai à unidade de saúde para tomar a primeira dose, supervisionada, e leva as cartelas dos medicamentos para tomar em casa por 30 dias e retorna à unidade para continuar o tratamento supervisionado. Fora o tratamento com medicações próprias para hanseníase, às vezes necessita-se de medicamentos para tratar das reações que surgem desse tratamento. O tratamento das reações é de acordo com cada paciente”, explica o infectologista Carlos Gilvan.
Na semana de 23 a 27 de outubro três equipes de especialistas do Projeto Abordagem Inovadoras para um Brasil Livre de Hanseníase visitaram ao todo 12 Unidades Básicas de Saúde da capital e o Centro Maria Imaculada, que é o centro de referência Municipal na Assistência à pessoas acometidas por hanseníase, realizando oficinas de formação. Foram capacitados nas oficinas 182 profissionais da Estratégia de Saúde da Família incluindo médicos, enfermeiros e fisioterapeutas e 371 Agentes Comunitários de Saúde com enfoque em hanseníase clínica, prevenção de incapacidades físicas e redução de estigma e preconceito.
Como produto destas oficinas de formação, foram realizados 95 atendimentos entre contatos intra-domiciliares, pacientes que estão em tratamento ou que já concluíram recentemente e pacientes com manchas suspeitas. Foram diagnosticados 18 casos novos, sendo dois casos de hanseníase infantil. Assim, a meta proposta pelo Ministério da Saúde por equipe de especialistas, na qual cada equipe deveria atender 30 pacientes ao longo da semana foi atingida. Os profissionais treinados relataram que a metodologia de ensino proposta foi instigante e que possibilitou muito aprendizado para os mesmos.
Um dos objetivos do Projeto Abordagem Inovadoras para um Brasil Livre de Hanseníase é aumentar a detecção de casos novos no município no primeiro ano do projeto em 30%. Na semana de atuação dos especialistas em Teresina houve um aumento de 19,1 % de casos em relação aos 329 diagnosticados em 2016. O Projeto veio contribuir para qualificar a assistência aos pacientes com hanseníase em Teresina.