Luciano Calvinho, de 50 anos, que dirigia o caminhão que atropelou um menino de nove anos, no último sábado (5) na Ilha Caraguatá, em Cubatão (SP), diz que só teve ciência do que ocorreu ao chegar em casa, quando foi informado pelo irmão de que tinha atropelado uma criança. Ele compareceu nesta segunda-feira (7) ao 2º Distrito Policial da cidade para prestar esclarecimentos.
O acidente ocorreu na Rua José de Castro, e de acordo com testemunhas, o menino se desequilibrou enquanto andava de bicicleta e caiu no momento em que o caminhão passava pela via. O caminhoneiro disse que viu duas crianças na rua e afirma que tomou cuidado para evitar o contato. ?Assim que entrei na rua em que moro, vi duas crianças a frente, e elas se encostaram ao meio fio. Eu continuei (com o caminhão), devagarinho. Tive o cuidado de passar sabendo que eles estavam encostados. Parei na rua de trás para estacionar, e foi quando meu irmão perguntou se eu tinha visto o que aconteceu, que um caminhão branco tinha matado uma criança. Aquilo, para mim, foi um desespero. A carreta é comprida, não deu para perceber mais nada?, explicou ele na delegacia.
Pouco depois do atropelamento, vizinhos do menino depredaram o caminhão, tentando, inclusive, atear fogo no veículo. ?Queriam me linchar. Tive que sair dali. Não fugi da situação. Eu fugi foi da população, que disse que queria me pegar. Ameaçaram a minha família?, conta Luciano, que é pai de dois filhos e motorista de caminhão há mais de 20.
Os parentes do menino, após ouvirem testemunhas do acidente, admitiram que Luciano não teve culpa pelo ocorrido. ?Eu acredito que a justiça vai esclarecer (o acidente). Está sendo a pior coisa da minha vida?, afirmou.