Folha de louro pode conter substância antidepressiva, aponta pesquisa

Após uma série de testes e estímulos, o grupo que recebeu a riparina mostrou-se muito mais resistente à depressão induzida por estresse do que o grupo controle.

Folha de louro | Reprodução
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Uma substância presente na folha de louro tem sido apontada por pesquisadores como antidepressiva. É a riparina 3, um alcaloide presente na Aniba riparia (nome científico do louro). A espécie vem sendo investigada há alguns anos por pesquisadores do Laboratório de Neurofarmacologia, ligado à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com pesquisadores das universidades federais da Paraíba e do Piauí.

Os estudos pré-clínicos são realizados com animais e constituem parte importante – ainda que inicial – de qualquer processo de desenvolvimento de medicamentos.

Substância encontrada na folha de louro pode ter efeito antidepressivo |foto: Reprodução

No estudo, um grupo de cobaias recebeu a riparina via oral, diluída em água destilada, enquanto outro grupo recebeu apenas água destilada, servindo como controle. Ambos foram submetidos a situações de estresse, às quais respondiam com comportamento semelhante à depressão.

Após uma série de testes e estímulos, o grupo que recebeu a riparina mostrou-se muito mais resistente à depressão induzida por estresse do que o grupo controle.

“A gente fechou um ciclo, investigando todas essas situações. Por isso a pergunta do título do artigo. Na realidade, a riparina respondeu a muitas hipóteses que estão relacionadas à depressão”, diz a Profª Cléa Florenço, coordenadora da pesquisa.

Novos estudos

Depois da fase da pesquisa pré-clínica, será ainda necessário analisar toxicidade, segurança e eficácia da droga. Em seguida, inicia-se uma série de testes clínicos (realizados em humanos), o que pode levar anos. Somente depois disso, um medicamento é passível de ter o uso autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

A doença, de acordo com a pesquisadora, é um grande desafio para a medicina, daí a importância de se buscar novas drogas. “Ainda existe um percentual entre 30% e 40% de pacientes que não respondem bem aos antidepressivos que temos no mercado”, explica.

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