Formação de pesquisadores é um dos desafios para a pesquisa científica no Piauí

Para garantir um mínimo de subsídio, aos estudiosos ou aqueles que estão iniciando essa carreira existem as bolsas de pesquisa.

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Não basta fornecer recursos financeiros diretamente para que o desenvolvimento da pesquisa científica acontece satisfatoriamente. É preciso que se invista em pesquisadores e no melhoramento das suas atividades.

Para garantir um mínimo de subsídio, aos estudiosos ou aqueles que estão iniciando essa carreira existem as bolsas de pesquisa.Elas podem vir de várias entidades de fomentos: municipais, estaduais, federais e privadas.

Nos últimos dez anos, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) fixou parcerias com o Governo Estadual e agências federais, que possibilitaram a concessão de bolsas de apoio e financiamento de projetos de pesquisa desenvolvidos em instituições piauienses, em áreas prioritárias para o desenvolvimento do estado.

Em seu último edital, a instituição disponibilizou 165 bolsas de estudo, sendo que 130 para estudiosos de mestrado e 35 para aqueles que cursam doutorado.

Entre aqueles que receberam bolsas de pesquisa, está o estudante do mestrado em Ciências da Computação da Universidade Federal do Piauí (UFPI), José Victor Vasconcelos Sobral. O pesquisador desenvolve um estudo sobre "Internet das coisas" também conhecida como Comunicação Ubíqua .

"O meu trabalho é desenvolver qualidade de serviço para a internet das coisas. Em um futuro não muito distante todas as coisas vão estar ligadas à internet: um livro, uma roupa, uma sala, um ar-condicionado. Tudo vai trabalhar em conjunto para dar mais comodidade às pessoas", explica.

O jovem estudante participou de congresso internacional no México e também de um importante evento no país. Ele explica que com a bolsa de estudos é possível dedicar-se de modo mais enfático aos estudos e pesquisa.

"O incentivo é bom, até para que os estudantes possam participar de eventos. Foi devido ao dinheiro da bolsa que recebo que consegui participar de todos esses eventos", pontua.

Conforme explica a presidente da Fapepi, Bárbara Melo, o desafio é integrar a demanda da academia, as políticas públicas e as demandas da sociedade no que se refere à solução de problemas. "Sabemos que há demandas urgentes e emergenciais para serem financiadas.

O que a sociedade espera que uma fundação que fomenta a pesquisa cientifica e tecnológica possa apontar para resolver problemas locais", reitera, lembrando que a maioria dos editais de financiamentos publicados pela instituição têm esse propósito.

Para o professor Feliciano José Bezerra Filho, coordenador do mestrado acadêmico em Letras da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que teve seu programa de pós-graduação comtemplado com cinco bolsas por meio de edital proposto pela Fapepi, os subsídios ofertados contribuem de forma significativa para a consolidação dos novos programas, além de fixar os pesquisadores do Estado.

"Uma das grandes dificuldades do pesquisador piauiense para fazer uma carreira acadêmica mais aprofundada é a questão do deslocamento, ter que sair para fazer um mestrado, um doutorado fora.

Essas bolsas fixam o pesquisador no estado, desde que, evidentemente, a demanda e os cursos ofertem vagas, e programas sejam criados cada vez mais e em várias áreas", reforça o coordenador. Feliciano lembra que com isso o pesquisador pode se dedicar a pesquisa de figuras, histórias e costumes de sua terra.

Vários pesquisadores piauienses já foram contemplados

Com os investimentos em pesquisa científica e a expansão dos recursos o número de pesquisadores contemplados com bolsas e editais cresceu, isso permite o fortalecimento e continuidade dos núcleos de pesquisa.

Durante seus 20 anos de atuação, Fundação de Amparo a Pesquisa no Piauí vem desenvolvendo vários programas de fomento à pesquisa no estado, decorrentes de parceria com instituições federais como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Tais acordos fazem com que muitos pesquisadores do estado possam receber bolsas e incentivos de estudo. O resultado disso é o salto na quantidade e qualidade dos programas stricto sensu.

O programa de bolsas da Capes atende a duas modalidades: para docente vinculado efetivo às instituições de ensino do Piauí e para estudantes de mestrado e doutorado.

Os que se interessam pelas bolsas de estudo participam dos editais dos programas cumprindo suas exigências e direcionamentos, numa concorrência democrática e igualitária. Os agraciados passam a receber uma ajuda de custo mensal, cujo valor varia com as especificidades de cada edital e com o nível de ensino.

Nos últimos quatro anos a Fundação trabalhou com orçamento médio de seis milhões de reais ao ano. Estes recursos foram destinados a projetos de pesquisa em diversas áreas do conhecimento, concessão de bolsas de mestrado e doutorado e apoio à realização e participação de eventos científicos e tecnológicos.

A verba é oriunda de parcerias e convênios com órgãos e agências federais de fomento à pesquisa, e das contrapartidas honradas pelo Governo do Estado.

"É difícil fomentar pesquisa em um estado como o Piauí, que ainda tem uma arrecadação incipiente em relação a outros estados da federação, só com recursos do Tesouro.

Então, acordos com a Capes, com o CNPq e com a Finep têm sido muito importantes", declarou a presidente da Fapepi, professora Bárbara Melo.

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