Pelo menos nove capitais brasileiras registraram, no mês de abril, mais mortes que nascimentos. No Nordeste, tiveram um comportamento similar Fortaleza, São Luís e Recife. Os dados são do Portal da Transparência do Registro Civil.
A queda da diferença entre a quantidade de nascimentos e de óbitos era uma tendência em todo o Brasil. Com a pandemia, a situação se acentuou. Esse fenômeno, como explica Julio Racchumi, pós-doutor em demografia e professor do Departamento de Estudos Interdisciplinares da Universidade Federal do Ceará (UFC), só era esperado para daqui 30 anos.
Em Fortaleza, no Ceará, é o segundo mês que o número de mortes supera o de nascidos. Foram registradas 3.108 mortes e 2.655 nascimentos em cartórios no mês de abril. Em março, o cenário foi semelhante: foram registrados 3.421 óbitos e 2.473 nascimentos. É o quarto mês, desde o início da pandemia, em que o número de nascimentos foi menor que o de mortes.
O Estado de São Paulo registrou também o primeiro mês com maior número de mortes do que de nascidos em seu território desde o início da série histórica.