RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
Fotógrafo oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 2003, Ricardo Stuckert usou uma rede social no início da noite desta segunda-feira (9) para lamentar a perda de seu material fotográfico durante os atos golpistas às sedes dos três poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília, neste domingo (8).
Stuckert chamou de "barbárie" a ação dos extremistas e revelou que nunca tinha visto nada igual em sua vida. "Sou fotojornalista há mais de 30 anos e nunca vi tamanha barbárie. A destruição está por toda parte. Levaram minhas máquinas fotográficas, lentes, drone. Levaram parte do meu trabalho", contou.
Ele também comentou que a destruição fez um estrago na nossa história. "Não são apenas objetos subtraídos e outros depredados. É a nossa história, a nossa memória", observou Stuckert, que estava acompanhando Lula na visita a cidade de Araraquara, quando aconteceram os ataques aos prédios públicos. O fotógrafo chegou a fazer um vídeo mostrando a destruição dos patrimônios.
Ao menos nove profissionais da imprensa foram agredidos durante os atos terroristas na praça dos Três Poderes, segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Federação Nacional de Jornalistas. Alguns dos jornalistas tiveram objetos roubados e depredados pelos golpistas.
Filho de Roberto Stuckert, que foi fotógrafo oficial do general João Figueiredo (1918-1999), no início dos anos de 1980, ele foi diretor de fotografia do documentário "Democracia em Vertigem", da cineasta Petra Costa. Indicado ao Oscar em 2020, o filme conta os bastidores da ascensão e da queda de Dilma Rousseff e do processo de julgamento de Lula no âmbito da Operação Lava Jato.