A França colocou fim às buscas pelas caixas-pretas do voo 447 da companhia aérea Air France, acidentado com 228 pessoas a bordo quando fazia o trajeto entre Rio de Janeiro e Paris em 1º de junho, informou nesta quinta-feira (20) o Escritório de Investigações e Análises (BEA). "As buscas não permitiram localizar os destroços do avião", informou o BEA, em comunicado, no qual indicou que, "ao longo das próximas semanas, reunirá uma equipe internacional de investigadores e especialistas para analisar os dados recolhidos" e discutir uma possível terceira fase de buscas.
Em 10 de julho, os especialistas abandonaram a busca das caixas-pretas por métodos acústicos, dez dias depois de terminar o prazo garantido no qual os aparelhos de registro de voo podiam continuar emitindo sinais sonoros. Os especialistas tentavam localizar os aparelhos, do tamanho de uma caixa de sapatos, em uma área de cerca de 17 mil quilômetros quadrados e mais de 3 mil metros de profundidade, cujo relevo submarino é bastante acidentado.
Foi iniciada então uma segunda fase de busca pelas caixas-pretas do avião da Airbus, na qual continuaria participando a embarcação "Pourquoi pas", o submarino articulado "Nautile" e um robô denominado "Victor", equipes que já participavam dos trabalhos de busca no Atlântico e que o BEA deu por concluída. O "Pourquoi pas" chegará nesta quinta-feira (20) a Dacar, informou o Escritório de Investigações e Análises.
Os trabalhos se concentraram em uma área com raio de 75 quilômetros, com eixo no ponto onde o avião enviou sua última mensagem de posicionamento. O presidente da Airbus, Thomas Enders, disse, em entrevista publicada em 30 de julho no jornal "La Tribune", que o construtor aeronáutico estaria disposto a contribuir para a extensão dos trabalhos de buscas, "oferecendo uma contribuição grande" na terceira fase, que começa agora.
O jornal avaliava essa contribuição entre 12 e 20 milhões de euros (entre R$ 30 e R$ 50 milhões) para um período de três meses, informação não confirmada à Agência Efe pela Airbus, mas um porta-voz assegurou que a companhia está "dedicada à causa, porque quer saber o que aconteceu".