Quatro funcionários da Prefeitura de Miguelópolis (SP) foram afastados após um adolescente de 14 anos morrer por uma parada cardiorrespiratória em casa na noite do último sábado (19). A família do adolescente culpa a falta de ambulância pela ocorrido. Uma sindicância também foi aberta para apurar a responsabilidade de dois motoristas e de duas recepcionistas que trabalhavam no dia em que o adolescente morreu.
A mãe do garoto, Maria Aparecida Dias, disse que solicitou uma viatura do pronto-socorro, mas a ambulância não foi enviada. "A família alega que ligou para o pronto-socorro às 18h e nenhuma ambulância fez o resgate. Às 19h15, eles teriam levado por meios próprios, mas ele não resistiu", explicou o secretário da Saúde, Miguel Antunes Moisés.
Segundo o secretário, os funcionários afastados contaram que não receberam nenhum chamado antes das 19h. "A recepcionista conta que a família ligou apenas às 19h05", defendeu Moisés.
Uma comissão formada por profissionais da Secretaria da Saúde já pediu o registro de ligações para a empresa de telefonia, com o objetivo de cruzar as duas informações.
O caso
Maria Aparecida contou que o filho, Gerson Alves de Lima Ferreira, sofria de arritmia cardíaca. Ele teria passado mal em casa na noite de sábado. Após solicitar a ambulância e ter o pedido negado, a família parou um carro na rua e pediu ao motorista que levasse o adolescente ao hospital.
No dia do ocorrido, o coordenador do pronto-socorro, Júlio Ferreira Carmo, disse que dois médicos estavam de plantão e realizaram todos os procedimentos possíveis para reanimar o adolescente, mas o jovem não resistiu.
Revoltados com a situação, familiares e amigos do estudante depredaram o prédio da unidade de saúde no domingo (20).
Ambulâncias
O secretário de Saúde explicou que Miguelópolis dispõe de sete ambulâncias. Cinco delas, entretanto, estavam manutenção no dia em que o adolescente morreu. Outros dois veículos, segundo Moisés, se encontravam no pronto-socorro onde o menor foi atendido. "Uma dessas ambulâncias é usada para fazer o transporte de pacientes e a outra fica no posto para fazer transportes mais graves, de UTI, por exemplo", concluiu.