Barry, que havia sido classificado neste sábado (3) como o primeiro furacão desta temporada no Atlântico, perdeu e voltou a ser considerado uma tempestade tropical, informou o Centro Nacional de Furacão (NHC) dos Estados Unidos. O fenômeno já tocou o solo do estado da Louisiana.
No boletim divulgado às 11h local de Miami (12h, em Brasília), o NHC indicou que a tempestade tropical Barry se tornou um furacão categoria 1 na escala Saffir/Simpson, que tem um máximo de 5, com ventos sustentados de 120 km/h.
"O Barry deve se enfraquecer rapidamente para baixo da força de furacão enquanto chega à costa, e deve ficar abaixo da força de tempestade tropical daqui a 24 a 36 horas", disse a entidade.
Nesta sexta-feira (12), o presidente americano Donald Trump decretou estado de emergência no estado – a previsão inicial era de que o fenômeno causaria graves inundações, devido às fortes chuvas e à ressaca do mar.
Barry, contudo, está se desviando da Louisiana e deve chegar à costa um pouco mais para o oeste, o que pode poupar Nova Orleans das grandes enchentes temidas no começo desta semana, informou a agência de notícias Reuters.
A tempestade ainda pode trazer fortes chuvas e enchentes às regiões costeiras a sudoeste de Nova Orleans, a Baton Rouge e a Lafayette. Mas a ameaça de grandes inundações devido ao possível transbordamento do Rio Mississippi parece fora de cogitação.
O nível do rio chegou a pouco menos de 17 pés em Nova Orleans, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional dos EUA, muito abaixo da previsão inicial de 20 pés, o que seria próprio do nível dos diques. O rio deve chegar de novo a 17 pés na segunda-feira, por causa das esperadas chuvas.
Enchentes perigosas podem acontecer mais tarde neste sábado e durante a madrugada, especialmente em localidades no centro-sul e sudeste do estado, e também no Mississippi.
Autoridades pediram que os cidadãos de Nova Orleans protejam suas casas e estoquem mantimentos. Alguns moradores, no entanto, optaram por deixar a cidade, e autoridades turísticas reportaram um abrupto êxodo dos visitantes durante a sexta.
"A tempestade tropical Barry é uma tempestade perigosa e potencialmente mortífera", alertou Benjamin Schott, meteorologista do Centro Nacional do Clima, em uma coletiva de imprensa. Segundo ele, inundações entre "grandes e recordes" são possíveis.
Barry havia se aproximado da costa de Louisiana nas primeiras horas deste sábado, ainda na condição de tempestade tropical.
Àquela altura, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos emitiu alerta de ventos de até 100 km/h. De acordo com as empresas responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica, mais de 77 mil clientes foram afetados e estão sem energia.
Barry é visto como teste depois do Katrina
O furacão Barry é visto como um teste para as defesas contra enchentes depois do furacão Katrina, que deixou grande parte de Nova Orleans submersa e matou cerca de 1,8 mil pessoas em 2005.
A prefeita da cidade, LaToya Cantrell, disse que 48 horas de fortes chuvas podem sobrecarregar as bombas que retiram água das ruas e dos drenos.
Em toda a cidade, motoristas deixaram carros estacionados nas ilhas entre as pistas, na esperança de que a elevação maior os proteja das inundações.
O xerife da cidade disse que dezenas de presos detidos por delitos menores foram soltos para liberar espaço para cerca de 70 internos que foram transferidos de um centro de detenção provisório para a principal instalação de presos, construída para resistir a um grande furacão.
O sol fez uma tímida aparição sobre o centro de Nova Orleans neste sábado, embora nuvens negras cobriram os céus durante a maior parte da manhã.