Heitor Nazaré, ex-assessor do vereador Gabriel Monteiro (PL), relatou que o parlamentar praticava sexo na frente de funcionários durante expediente. A declaração foi dada durante depoimento aos membros do Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
Segundo Nazaré, o vereador levava mulheres para sua mansão, onde sua equipe trabalhava, e então, ele pedia para que a mulher mostrasse os seios.
"Já teve ocasiões que a gente estava editando vídeo durante o expediente, e o Gabriel chega lá com uma garota e começa a transar com a garota na nossa frente, mandava ela alisar ele e coisas do tipo”, revelou o ex-assessor.
O comportamento de Gabriel, segundo Nazaré, causava constrangimento nas pessoas que presenciavam a cena.
"Algumas aceitavam tranquilamente, entravam no clima, e outras já ficavam constrangidas e pediam para ele parar, mas ainda assim ele continuava. Ele pedia para ela mostrar o peito pra gente”, acrescentou o ex-assessor.
Esta é a primeira vez que fragmentos de depoimentos de testemunhas de acusação no processo ético-disciplinar por quebra de decoro, que o vereador responde no Conselho de Ética da Câmara do Rio foram revelados.
Além disso, segundo depoimento de outro ex-assessor do parlamentar, Vinícius Hayden Witeze, que morreu em acidente de carro no dia 28 de maio, Gabriel Monteiro fazia sexo com menor de idade, ciente da idade da menor, o que é crime.
No depoimento, Vinícius afirmou que a menina chegou a ir para a casa de Gabriel usando o uniforme da escola.
O quadro do vereador se agrava a partir do momento em que ele passou à condição de réu depois que a Justiça aceitou a denúncia feita em abril pelo Ministério Público (MPRJ) por filmagem feita por ele de relações sexuais com uma adolescente.
A Promotoria de Justiça apresentou a denúncia no dia 8 de abril e descreveu que o vereador, "de forma livre e consciente, filmou através de telefone celular cena de sexo explícito" com uma adolescente que, na época, tinha 15 anos.
Na semana passada, o relator do processo contra Gabriel Monteiro no Conselho de Ética da Câmara, Chico Alencar (Psol), apresentou o relatório que pede a cassação do vereador por quebra de decoro parlamentar.
No documento, é citado que os atos praticados por Monteiro "são inquestionavelmente graves" e que o "exercício de mandato público é respeito à dignidade, sobretudo dos mais vulneráveis, e não postura de manipulação, arrogância e mandonismo".