Todo cidadão manauense que comprovar ter disfemia, distúrbio na fluência e temporalização da voz, conhecido popularmente como gagueira, poderá pagar apenas 50% da conta de ligações no aparelho celular. A proposta peculiar é de um novo Projeto de Lei que segue em trâmite na Câmara Municipal de Manaus (CMM), e não é novidade no Brasil. Desde 2009, uma lei estadual semelhante foi aprovada e causa polêmica entre os beneficiados e empresas telefônicas em Mato Grosso do Sul.
Se aceita, a lei irá beneficiar todos os residentes da capital que apresentarem uma avaliação feita por fonoaudiólogo, comprovando o distúrbio, mas o número de pessoas com disfemia em Manaus e as condições do benefício bem como abrangência de aparelhos celulares e fixo no projeto ainda estão em estudo. A disfemia é a mais comum desordem de fluência da fala, atingindo cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.
A ideia do projeto partiu de uma lei estadual que funciona em Mato Grosso do Sul desde 2009, que exige que a pessoa comprove a gagueira com avaliação de um fonoaudiólogo especializado em fluência para receber o benefício. A lei ganhou nota de aprovação no site da Associação Brasileira de Gagueira.
Para o universitário Lucas Marques, que sofre com a gagueira, a ideia é conveniente. "Eu evito usar o celular, pois sempre é onde minha gagueira piora. Mesmo ligando pouco, minha conta sempre passa de R$100,00, porque as pessoas sempre pedem pra eu repetir o que acabei de falar. Às vezes eu nem consigo falar nada. Já cheguei a desligar o telefone por não conseguir completar a frase", conta o finalista de Engenharia da Computação, que admitiu preferir mandar mensagem de texto a telefonar.