O ganhador da Mega da Virada, cuja aposta foi feita no pequeno município de Santa Rita do Trivelato (327 km de Cuiabá), em Mato Grosso, já retirou o prêmio de R$ 65.823.888,16, mas sua identidade continua em segredo. Moradores da pacata cidade, majoritariamente rural e com menos de 3.000 habitantes, ainda especulam nomes e acreditam que o ganhador da bolada já deixou a cidade.
Não há sede da Caixa Econômica Federal em Santa Rita do Trivelato, sendo necessário o ganhador retirar o prêmio em outra cidade. A sede da CEF mais próxima fica no município de Nova Mutum, a 113 km de Santa Rita. Mas se especula que o ganhador tenha retirado o prêmio em São Paulo.
Duas apostas de São Paulo, uma do Distrito Federal e outra de Santa Rita do Trivelato acertaram na quarta-feira (31) os seis números do concurso 1.665 e dividiram o prêmio de R$ 263.295.552,66, o maior da história das loterias do Brasil. Todos os ganhadores já resgataram seus prêmios, segundo a Caixa Econômica Federal.
A auxiliar de escritório Jocilene Pereira Nunes, 32, que trabalha na fazenda Mãe Margarida, a 20 km do centro de Santa Rita, diz que 'não se fala em outro assunto' na cidadezinha e nas fazendas vizinhas.
"Não há outro assunto aqui. A cidade é pacata, geralmente tem mais movimento só em época de safra de soja e milho. Então uma notícia como esta mexe com todo mundo", diz Nunes, natural de São Paulo, mas moradora de Santa Rita há 15 anos.
Como não há banco tradicional na cidade, mas apenas uma cooperativa de crédito do Sicredi, uma auxiliar contábil, 25, que trabalha no centro da cidade, acredita que o ganhador retirou o dinheiro em outra cidade e não voltou mais.
"Até agora não escutei o nome do ganhador, mas ouvi comentários que ele foi retirar o dinheiro em uma cidade próxima, e não deve ter voltado", diz a jovem natural de Campo Mourão (PR), que não quis se identificar.
"Meu marido jogou, mas só acertou um número. Uma pena", lamenta Nunes.
Morador não queria ganhar
Embora o prêmio seja almejado por muitos, o ex-agricultor Henrique Olenik, 75, diz que preferiria não ganhar na loteria, embora considere o ganhador "um felizardo que desapareceu".
"Eu não jogo porque tenho medo de ganhar. Quero morrer pobre porque não quero ser sequestrado. Não quero uma porcaria dessa porque já vivo há 75 anos trabalhando para sobreviver. É muito dinheiro. Se fosse dez, cinco milhões, tudo bem", diz Olenik, hoje proprietário de uma mercearia no mercado central da cidade.
Cidade vive da agricultura
O município foi criado por meio da Lei Estadual nº 7.234, de 28 de dezembro de 1999. O nome da cidade é uma homenagem à Colonizadora Trivelato, empresa catarinense que vendia terrenos rurais da região no município de Nobres (MT), na década de 1970, para agricultores provenientes do Sul do país. Sua principal atividade econômica é a agricultura, com destaque para o cultivo de soja, milho e algodão.
O PIB (Produto Interno Bruto) do município, em dados do IBGE de 2012, foi de R$ 382,59 milhões, um salto de 690% ante ao PIB de 2001, de R$ 48,43 milhões. No IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano), também divulgado pelo IBGE, o município tinha saltado de 0,316 em 1991 para 0,735 em 2010, último dado disponível.
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