A garota que sofreu golpes de chicote de policiais em Fortaleza exibiu nesta terça-feira (5) os ferimentos nas costas, braços e pernas. "Foi um ataque covarde, chegaram batendo, não quiseram nem saber quem a gente era. Foram totalmente despreparados", diz a jovem, que não quer se identificar.
Ela foi abordada por policiais no fim de semana, no Bairro Lagamar. Conforme relato da vítima, os policiais mandaram ela e o namorado descerem do carro, foram forçados a ficar de joelho e sofreram golpes de chicote. Uma pessoa que não quer se identificar filmou a agressão.
A Secretaria da Segurança Pública anunciou nesta terça-feira que os dois policiais foram identificados e afastados das operações nas ruas.
'Puxaram meu cabelo'
"Pararam a gente e mandaram sair do carro. Depois mandaram ficar de joelhos e começaram a me chamar de vagabunda. Puxaram meu cabelo e disseram que eu não prestava para nada", conta a vítima, que não quer se identificar.
"Eles ficaram agredindo uns 30 minutos e dizendo. 'Isso é para vocês aprenderem a não passar por aqui.' Não era para ele ter feito isso, foi uma abordagem totalmente errada", completa.
No vídeo, a vítima se ajoelha ao lado de uma passarela sobre o canal do Lagamar, próxima ao namorado, também de joelhos. A garota relata que dois policiais fizeram a abordagem, um deles a agrediu com um chicote, usado para atingir as costas dela. Ele também socos e chutes no casal.
PM repudia ação
A Polícia Militar do Ceará informou, em nota, que a corporação "está verificando a identificação dos policiais militares envolvidos na ocorrência, para que as devidas providências sejam tomadas".
A instituição lembrou que ação de seus membros que ações de agressão são "repudiadas e devidamente apuradas por esta corporação", ocasião em que é dado aos acusados a oportunidade de ampla defesa.
A Polícia Militar lamentou a agressão e também afirmou que "não compactua com qualquer ação policial que vá de encontro aos direitos e garantias fundamentais do cidadão e que se pauta, dentre outros, pelo princípio da legalidade e da impessoalidade".