Garoto não deixa colega pegar em sua bola por ela ser negra

A garota tem apenas 5 anos e ficou abalada com o ocorrido

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Um mulher identificada como Renata Germano, 29 anos, usa o perfil do seu Facebook para, para relatar um episódio de racismo ocorrido com sua filha Rafaela, de apenas 5 anos.

O post da mãe, que é moradora de São Paulo, vem viralizando na rede social e tendo muita repercussão. Teve quase 41 mil compartilhamentos e mais de 155 mil curtidas.

Renata é branca e casada com um negro e morava em Moçambique quando sua filha nasceu. O casal resolveu voltar para o Brasil em 2012, mas sempre tiveram em mente o objetivo de fazer com que a filha fosse consciente de suas raízes e se orgulhasse da sua cor.

Mas, Rafaella contou à mãe, ao chegar da escola, que foi impedida de brincar com a bola de um coleguinha da van. Ele teria dito que a cor da pele da menina era escura demais para encostar em sua bola. "Ele disse que a pele dela era escura demais pra tocar na bola dele que era tão clara. Continuou e disse que a pele dela era muito feia e muito escura, e ele não gostava de pessoas de pele escura...sendo assim, ela deveria se sentar longe dele. E assim ela o fez", diz o relato de Renata.

Renata disse que ficou inicialmente em choque, mas que reuniu forças para poder passar confiança para a filha que também estava abalada. No seu post ela continua: "Eu engulo meu choro, pego em seu rosto, mando olhar nos meus olhos e digo: 'Repete, Rafa: Eu sou linda! Eu sou maravilhosa!'. Em meio às lágrimas, ela repete. Digo de novo: 'Repete alto, filha, pra você ouvir bem. Ela o faz'. Subimos. Ao chegar em casa, já sem chorar, converso que ela precisa se achar linda, que ela precisa se amar e não depende da aprovação de nenhum amiguinho pra achar isso. Ela sorri, e diz: 'Eu me acho linda, mãe. E acho a minha pele linda também", finaliza a mãe.

— Infelizmente não é o primeiro episódio de racismo. Ele é algo comum pra quem é preto. Ele não é velado, ele é escancarado. Mas só enxerga quem vive, só sabe a dor quem sente. Eu sinto a dor da minha filha, ela sente a dor de ser preta num país como o nosso — desabafa Renata, que mantém atualizado um perfil no Instagram estrelado pela filha, que tem mais de 51 mil seguidores — Criei o perfil como meio de mostrar o crescimento para a família, visto que estávamos morando longe. Por ela usar roupinhas "da moda", foi atraindo cada vez mais pessoas e assim eu fui atualizando cada vez mais — revela.

Renata reforça que o trabalho da autoestima de Rafaella é fundamental para que sua filha, não somente agora, como no futuro, encare o racismo de frente e com coragem.

Veja post de Renata sobre racismo sofrido pela filha:

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