Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, conhecida como “Gatinha da Cracolândia”, presa nesta quinta-feira (19) por tráfico de drogas na região da Cracolândia, em São Paulo, não foi a primeira mulher que esteve nas fichas policiais e no noticiário por atuar na região.
Considerada pelas autoridades de segurança uma das principais traficantes da região da Cracolândia, Salete Madalena de Araújo, fpi presa em 2014. Ela foi investigada por um ano e detida com outros comparsas em sua casa de pijama.
Na época, a polícia classificou Salete Araújo como a “rainha da Cracolândia”, por causa do papel de liderança que ela exercia no tráfico da região.
A investigação apurou que Salete recebia ordens diretas de chefes da facção criminosa que age nos presídios paulistas que estão em Presidente Venceslau, no interior do estado.
Naquele mesmo ano, outras mulheres foram presas por tráfico na região. Em janeiro, após levar uma mulher presa, três carros do Departamento de Narcóticos (Denarc) foram depredados.
Valéria Antonia Cenciani
No ano seguinte, em dezembro de 2015, a polícia prendeu mulheres que atuavam para abastecer o tráfico na Cracolândia, desde a compra de entorpecentes na Bolívia. Na operação, 13 pessoas foram presas, inclusive uma estagiária da Defensoria Pública que estava no último ano de Direito. Ela praticava os crimes junto com a mãe.
Nesta operação, uma das mulheres presas foi Valéria Antonia Cenciani. Ela era ligada ao Comando Vermelho, facção criminosa do Rio de Janeiro. "São mulheres que conseguiram nome e credibilidade no tráfico. Quando você prende, o crime organizado tem grande dificuldade em substituir", disse na época o delegado do Denarc, Alberto Pereira Mateus Júnior.
Em 2008, uma mulher de 42 anos também foi presa na Cracolândia suspeita de comandar o tráfico na região. Ela foi presa em sua casa, na Mooca, na Zona Leste, onde a polícia apreendeu crack, cocaína, duas balanças de precisão e um revólver.
Lorraine Bauer Romeiro
Presa nesta quinta, a "gatinha da Cracolândia" atuava junto com o namorado, André Luís Santos Almeida, também preso. Em relatórios da investigação ela aparece comercializando crack dentro de tendas no "fluxo" de usuários de drogas da Cracolândia.
Segundo os investigadores, Lorraine confessou no momento da prisão que tinha drogas escondidas no Hotel Avaré, localizado na Rua Helvetia. A advogada da traficante, Ana Paula Soares, afirmou que ainda não teve acesso ao processo e quando tiver, se posiciona.
O tráfico de drogas é o principal crime que leva mulheres a prisão em São Paulo. Um levantamento da da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SAP-SP) de 2018 mostrou que 70% da população carcerária feminina do estado de São Paulo respondia por tráfico de drogas.