A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM) comprou a fábrica de automóveis da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP). A compra foi confirmada nesta quarta-feira (18) pela Daimler, proprietária da marca Mercedes. A Great Wall adquiriu o terreno de 1,2 milhão de metros quadrados, juntamente com todos os prédios e os equipamentos de produção.
Com o negócio, a Great Wall começará a fabricar carros no Brasil. A montadora chinesa é uma espécie de GM da China e tem quatro marcas: Haval, Wey, Ora e GWM Pick-up. O carro mais cotado para ser fabricado no Brasil é o SUV Haval H6, um dos mais vendidos no mercado chinês. A terceira geração do H6 foi lançada há apenas sete meses, no Salão de Chengdu de 2020. O sucesso foi imediato. Com design mais maduro e grupos óticos conectados, o novo Haval H6 tem duas opções de motor e duas de transmissão.
Mas o momento em que a marca chega, que é marcado pela saída da Mercedes-Benz na fabricação de carros de passeio no País, também serve com ponto de partida para a pergunta: estamos vendo uma segunda "invasão" chinesa no Brasil?
A pergunta tem respostas diferentes, mas que acabam levando para o caminho de que os chineses estão aproveitando oportunidades e ainda acreditam no mercado brasileiro.
O diretor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa, vê o movimento não como uma segunda invasão, mas como uma continuidade do que já tinha-se estabelecido aqui. "As marcas chinesas apostaram no Brasil cerca de uma década atrás já e se nem todas conseguiram se estabelecer, outras ficaram e cresceram", diz.
O CMO, da Bright Consulting, Cassio Pagliarini, acredita que é sim o início de uma segunda "invasão". "Quando vieram para cá da primeira vez, as marcas apostaram em parceiros locais ou representações. Agora, elas estão vindo com uma subsidiária com apoio direto da matriz", afirma