Google diz ao STF ter pago R$ 2,1 mi em anúncios contra PL das Fake News

O valor mais expressivo do investimento, segundo a empresa, foi destinado à Meta, controladora do Facebook, totalizando R$ 639,2 mil.

Google reconhece investimentos de R$ 2,1 milhões | Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O Google, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, revelou ter gasto cerca de R$ 2,1 milhões em uma campanha publicitária contrária à Proposta de Lei das Fake News no Brasil. A informação foi divulgada em um documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o inquérito das fake news.

De acordo com o Google, a campanha ocorreu ao longo de uma semana, entre o final de abril e o início de maio deste ano. Os anúncios foram veiculados em várias plataformas, incluindo mídias digitais, rádios, sites de notícias, jornais impressos e painéis de rua (mídia OOH). O valor mais expressivo do investimento, segundo a empresa, foi destinado à Meta, controladora do Facebook, totalizando R$ 639,2 mil. 

Um dos anúncios veiculados na rede social destacava que a PL das Fake News poderia aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil. Além do Facebook, outros veículos também receberam investimentos significativos do Google na campanha. A Folha de S.Paulo, renomado jornal impresso, recebeu R$ 634.023,94, seguido pelo Correio Braziliense, com R$ 416.632,32. Outras mídias como Spotify, CBN, Revista Veja e Poder 360 também foram contempladas com valores menores.

O Google afirmou ter encerrado a veiculação dos anúncios em 2 de maio, antes mesmo de ser notificado pela Corte. A empresa ressaltou que não considera ilegal a veiculação das propagandas e defendeu que não há fundamentos legais ou constitucionais para proibir a compra e uso de anúncios relacionados a temas de interesse geral. A PL das Fake News, alvo da campanha do Google, teve sua votação adiada por tempo indeterminado na Câmara dos Deputados.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, acatou o pedido do relator do texto, Orlando Silva, após o governo não conseguir reunir votos suficientes. A proposta, que visa estabelecer medidas para contralar a disseminação de informações falsas e discursos de ódio nas plataformas digitais, enfrenta resistência da oposição e de algumas bancadas, como a evangélica. 

Entre os pontos controversos estão a criação de uma agência reguladora e a remuneração de veículos jornalísticos pelo conteúdo distribuído. Apesar de a campanha do Google ter ocorrido durante um curto período, seu investimento considerável demonstra a preocupação da empresa com a possível aprovação da PL das Fake News e seu impacto no cenário da internet e na liberdade de expressão no Brasil. A discussão em torno da proposta continua, com possíveis desdobramentos no futuro próximo.

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