Governo de Alagoas deve pedir indenização bilionária à Braskem por colapso em mina

O Estado estuda pedir indenização de R$ 35 bilhões à Braskem, sendo R$ 18 bilhões para o estado e R$ 17 bilhões para os afetados.

Área é isolada pelo risco de colapso | Reprodução CNN
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Um levantamento realizado pelo Governo do Estado de Alagoas ampliou o número de vítimas afetadas pelo afundamento de uma mina localizada no Mutange, em Maceió, que está em estado de alerta máximo de colapso e pode resultar em uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã. Agora, o Estado estuda pedir indenização de R$ 35 bilhões à Braskem, sendo R$ 18 bilhões para o estado e R$ 17 bilhões para os afetados.

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“O levantamento se destina a dar suporte às negociações do governo de Alagoas com a Braskem. O estado instituiu grupo para as tratativas com a Braskem composto do secretário de governo, da Fazenda e da procuradoria geral”, informou o presidente do Instituto Alagoas,  Elias Fragoso, que liderou a equipe responsável pelo estudo, em entrevista à CNN.

Elias, que é economista e ex-secretário de Planejamento Urbano e de Finanças de Maceió, informou que para chegar a essa cifra, o levantamento contabilizou 148.400 pessoas afetadas pelo evento, dado utilizado exclusivamente no governo, uma vez que até o momento o número oficial é de 40 mil afetados. Além disso, o levantamento inclui o próprio Governo do estado e os municípios da região metropolitana de Maceió, que segundo o Instituto foram surpreendidos por uma migração maciça de pessoas oriundas da área do desastre. O estudo aponta que um dos municípios, Satuba, por exemplo, quase dobrou o tamanho da população em razão do deslocamento de pessoas.

Segundo Elias, “do ponto de vista do estado e prefeituras, o montante levantado alcançou R$ 18 bilhões, já o passivo com os 148.400 afetados alcançou o valor de R$ 17 bilhões”, afirmou.

O valor inclui, também, investimentos em Maceió. “Consideramos também investimentos não incluídos na negociação da Prefeitura com a Braskem, os quais são considerados vitais para a mobilidade na cidade”, disse Fragoso à CNN.

“As indenizações do estado compreendem: mobilidade, patrimônio (próprio e artístico, cultural), fiscal e ambiental. O que não foi incluído pela prefeitura foi a urgente necessidade de se resolver e minimizar o problema da mobilidade urbana e interurbana. Maceió piorou de vez o seu trânsito após várias vias importantes e uma linha ferroviária terem sido interditadas por conta do desastre. A solução para esse problema é a implantação de linha de VLT, conforme traçado proposto em estudo pela CBTU. O número de 60 mil pessoas engloba tão somente os moradores expulsos de suas casas”, diz Elias.

“Incluímos toda a área do entorno do desastre (até 1 km a partir da borda da área diretamente afetada), moradores de uma comunidade denominada Flexais, e os moradores de áreas, naquele momento, fora da área de inclusão do desastre dos Bairros do Bom Parto, da Vila Saem e da Rua Marques de Abrantes, que foram altamente prejudicados pelo mapa de inclusão construído pela Defesa Civil Municipal com forte influência da Braskem”, explica Fragoso.

Procurada, a Braskem disse não ter conhecimento do estudo. O Governo do Estado de Alagoas não se posicionou oficialmente sobre estudo.

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