Proporcionar educação básica aos adultos que não tiveram a oportunidade de estudar. É essa a pretensão do governador Wellington Dias, que reuniu-se, na manhã dessa sexta-feira (12), com a professora Esther Pillar Grossi, do Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa/RS). O encontro teve como objetivo discutir a aplicação de uma metodologia especializada em educar a curto prazo, promovida pelo grupo gaúcho.
A proposta que Geempa apresenta encontra-se dentro da metodologia do Ministério da Educação (MEC) e pode gerar bons resultados no Piauí. A parceria entre o MEC, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e a metodologia proposta pela professora Grossi, vai iniciar, ainda este ano, um projeto piloto, numa perspectiva de ampliação para 2017. O intuito do Governo do Estado é trabalhar com o sistema de educação regular amparado a um sistema complementar, voltado para as pessoas que não completaram o ensino médio ou nem mesmo o ensino fundamental, ou para aquelas que estejam em situação de analfabetismo funcional.
“Ainda no meu primeiro mandato, quando foi lançado o programa Brasil Alfabetizado, a doutora Esther veio ao Piauí e trabalhou numa experiência que é premiada mundialmente, na qual é possível que pessoas acima de 18 anos aprendam a ler e escrever ou retomem os estudos. Essa educação básica é aplicada em apenas 90 ou 120 dias. Na região de São Raimundo Nonato e Guaribas, onde fizemos um teste, cerca de 85% dos alunos tiveram êxito em um prazo de 90 dias”, pontuou o governador.
Segundo Dias, o curto prazo de ensino é uma medida voltada aqueles que possuem pouco. “Tivemos um êxito no Piauí com a matrícula de 49 mil jovens e adultos na nossa rede de ensino. No entanto, Os cidadãos que já trabalham, cuidam da família, são pais e mães, precisam de um método mais rápido para que possam seguir com as suas funções. O objetivo é fazer com que pessoas que pararam de estudar, que precisam de uma profissão, que precisam ter o domínio da leitura e dos cálculos, possam ter acesso à educação”, ressaltou.
No Piauí, a professora Esther Grossi também esteve presente no curso de extensão “Matemática a Serviço do Pensamento”, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Para Grossi a aplicação de uma metodologia inovadora é chave para o aprendizado e o acesso de milhares de analfabetos ao mundo da leitura e da informação escrita.
“Fiz um doutorado em Paris e aprendi coisas novas sobre como aprender. Sou formada em matemática, mas vi que grande problema do Brasil não era a matemática, mas a alfabetização. Então podemos construir uma ideologia que vai servir as crianças de classes populares, pois essas não tem as mesmas oportunidades que os filhos de pessoas alfabetizadas. Precisam de uma metodologia diferenciada e essa pode ser uma solução eficaz para lacuna brasileira de tantos analfabetos”, concluiu a professora.
Outro objetivo proposto entre a parceria com o Geempa é o acesso à certificação profissional. Um profissional que em alguma área, mas não tem o diploma poderá voltar a estudar e se graduar na sua área de atuação, viabilizando assim o seu diploma. “Com isso, aquele pedreiro irá poder comprovar a sua habilidade e experiência no ramo e quem sabe, se qualificar mais e chegar a ser um engenheiro, um mestre de obras. Queremos abrir um novo horizonte para esses profissionais, melhorar a renda e a sua capacidade de produção como trabalhadores e como empreendedores. Isso vai fortalecer a educação do Piauí”, afirmou Dias.