Cada vez mais presente no cotidiano das cidades, o grafite envolve pessoas de todas as idades e comunidades. Ele dá um colorido às ruas e o que é apenas cinzo concreto ganha vida e alegria com traços e cores de artistas que estão espalhados nas mais diferentes regiões. O grafite é arte urbana que está invadindo as galerias, as casas.
Em Teresina, a cidade tem inúmeros talentos e a partir de hoje, recebe o seminário Grafitando Teresina, que vai até domingo, na Casa do Hip Hop, no Parque Piauí.
O seminário encerra o 1º Encontro Teresinense de Graffiti, que começou dia 15, sendo realizado pela Prefeitura de Teresina, através da Secretaria Municipal da Juventude, em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA).
Segundo o secretário Allan Cronemberger, a proposta é mostrar o grafite como arte e para isso já foi aprovado projeto de Lei Municipal que reconhece o grafiteiro como profissão, o que vai garantir proteção e maior valor ao trabalho desses artistas.
No encontro, durante toda a programação foi discutida uma política pública voltada para o fortalecimento das expressões culturais e da identidade dos grupos e pessoas que praticam cultura Hip hop.
Hoje, o seminário reunirá mais de 400 de grafiteiros de vários estados brasileiros. Dentro da programação haverá palestras, workshops simultâneos com oficinas Toy Art e de Book para graffiteiros, apresentações de hip hop e entre outras atividades ligadas ao universo do graffite.
Segundo Gil BV, representante da CUFA em Teresina, o seminário é a última etapa do encontro, que começou no dia 15 e deixou sua marca na cidade, com arte espalhada em muretas, monumentos públicos e no domingo, o Viaduto da Marechal Castelo Branco com a Higino Cunha receberá uma intervenção, com temática livre, em que grafiteiros do Piauí e de outros estados que participam do evento deixarão o local mais colorido. Será um presente para a cidade. Na ocasião, também serão realizadas apresentações culturais.
O secretário Allan Cronemberger falou que o encontro superou todas as expectativas e o seminário atraiu grafiteiros de quase todos os estados do Brasil o que prova ser o grafite uma arte em evidência.
No seminário, além do grande número de inscritos, Gil BV informa que foram convidados Celso Athaíde, Preto Zezé, dentre outros nomes consagrados do grafite.
Para Gil, o encontro foi importante não só por difundir, mas também por promover a integração e compartilhar conhecimento e outra função primordial do encontro foi colocar Teresina no circuito nacional do grafite e do hip hop.
“O objetivo maior foi fazer o mapeamento do grafite na cidade”, diz, enfatizando que no seminário será discutido, principalmente, a desconstrução do preconceito. “O grafite é, na verdade, arte urbana e objeto de pesquisa para teses e dissertações”, comenta.
Segundo o grafiteiro Laércio Cinza, há muitos talentos em Teresina e muita gente nova despontando e o importante é que o trabalho desses profissionais tem aprovação da população. Ele cita o exemplo da zona norte, onde a população dá apoio e há casos em que o artista chega a ganhar a tinta para produzir seu trabalho.
O mercado está em expansão e já tem mais de 160 grafiteiros atuando e para dar mais visibilidade a essa arte urbana, Gil BV diz que há projeto de trabalho junto aos artesãos do Poti Velho, com a exposição Barro ao Grafite, aprovado pela Funarte, em que as peças confeccionadas em argila serão grafitadas.