Todos juntos colorindo a cidade. Assim pode ser resumida a ação de grafiteiros que aconteceu em Teresina no mês de agosto. Ela levou muita cor e criatividade a vários pontos, deixando os teresinenses admirados com a quantidade de arte estampada nas muretas de algumas avenidas.
Durante todo o dia de ontem (31), quem passou pelo viaduto da Avenida Higino Cunha com Marechal Castelo Branco pôde ver toda a movimentação dos grafiteiros em prol da ação. Mas as intervenções de grafite já haviam sido iniciadas desde o dia 20 e seguiram até ontem, quando grande parte do paredão do viaduto recebeu cores e desenhos variados.
A manifestação artística que nasceu nas ruas deixou, pouco a pouco, de ser vista com preconceito e conquistou o status de arte. Ela está presente em grande parte do mundo e tem grande força. Em Teresina, a ação dos grafiteiros teve o intuito de intensificar as manifestações culturais da juventude e levar a arte do grafite para as ruas da capital.
Para Rayki, que é grafiteiro há mais de 5 anos, o grafite é um pretexto para se encontrar e rever os amigos. Mas, além disso, o que o atrai nesta manifestação é a liberdade de poder fazer o que quiser. “Esse é um momento único, onde existe apenas você e o muro”, afirma o grafiteiro ao destacar que existe também liberdade na hora da interpretação dos desenhos. “Cada um vê e interpreta da sua maneira”, completa.
No grafite, várias expressões estão reunidas. Com desenhos de personagens, letras ou realismo, os grafiteiros deixam suas mensagens. Gardeal Mendes, que trabalha com grafite de personagens, já fez outros trabalhos que estão espalhados pela cidade de Teresina. Para ele, uma intervenção como essa é importante para incentivar os grafiteiros locais e os de fora a permanecerem com esse trabalho. “Aqui não tem tanta arte como em outros Estados, por isso que eventos dessa forma possuem grande importância”, disse.
Até mesmo quem ainda não tem muita experiência já se sente envolvido pela arte do grafite. Lilian Ribeiro está apenas com 2 meses grafitando e já deixou sua marca no muro do viaduto. Ela sempre gostou de apreciar a arte e quando teve oportunidade se inscreveu em uma oficina. “Isso aqui é cultura. Nós expressamos o que sentimos. O que, às vezes, não podemos falar, colocamos na arte”, colocou.
Quem acompanha e ajuda Lilian a finalizar a arte, que tem um anime saindo da boca de um lobo, é Anderson Felipe, que já tem mais tempo no grafite. Para ele, é gratificante ver mais um trabalho pronto e ainda conseguir passar sua mensagem. “Este que desenhamos representa a liberdade, a questão dos oprimidos”, concluiu.
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