Grávida de cinco meses, uma jovem de 20 anos, que trabalha como diarista em Poconé, a 104 km de Cuiabá, anunciou em um site de relacionamento a doação do bebê. A publicação foi feita no domingo (22) em um grupo destinado à venda de produtos usados.
Ela disse que, após o anúncio, 'arrumou' uma mulher para ficar com a criança assim que nascer. "Não quero ficar com o bebê porque não tenho condições de cuidar. Já tenho outros dois filhos que ficam comigo", afirmou. Ela não deu outros detalhes da vida pessoal
Em postagens na internet, disse que descobriu a gravidez somente no último dia 16 e que preferia doar o filho a abortar. A jovem não cometeu nenhum crime ao anunciar o interesse em doar o filho, segundo o promotor que atua na Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, José Antônio Borges. "Esse tipo de doação não pode ser criminalizada. Crime é jogar no lixo", afirmou.
Ele disse que ela deveria receber acompanhamento psicológico durante a gravidez. Contudo, ela não poderá doar o filho sem o consentimento da Justiça. Borges explicou que é comum mães manifestarem interesse em doar os bebês ainda na gravidez. Nestes casos, a gestação deve ser acompanhada e, depois do nascimento, a criança é levada para um abrigo. A adoção será concedida a uma pessoa que já estiver na fila dentro dos critérios legais. Parentes da mãe, menos os avós, também poderão adotar o bebê.
O anúncio postado no domingo diz: 'Procuro um casal para adotar um bebê. Estou grávida, não tenho condições de criá-lo. Se alguém se interessar, me ligue'. Após a mensagem, ela deixou um número de telefone. Várias pessoas fizeram comentários e questionaram o motivo pelo qual ela não queria o bebê e a resposta foi de que a criança atrapalharia a vida dela. Após alguém questionar por que não cobrar a pensão do pai que a deixou depois de descoberta a gravidez, a jovem disse que não iria passar a vida cuidando de criança por causa de pensão. "Não é por que o pai é bem de situação que vou viver minha vida cuidando de criança por causa de uma mixaria de pensão", respondeu. O caso já chegou ao Conselho Tutelar do município. "Já entramos em contato com a mãe e iremos tomar providências", afirmou a conselheira Nilda Rodrigues Ferreira. Essa não é a primeira vez que a jovem recebe atendimento no Conselho, porém a conselheira não informou os motivos dos acompanhamentos anteriores.