Greve de professores começa nesta quinta-feira nas universidades federais

No DF, professores podem aderir à greve a partir da terça-feira (22).

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Professores de diversas universidades federais iniciaram nesta quinta-feira (17) uma greve por tempo indeterminado, segundo a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes). A entidade afirmou que a paralisação pode atingir pelo menos dez universidades em nove estados. Na manhã desta quinta-feira, instituições do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná e Pernambuco tiveram aulas comprometidas. No Distrito Federal, uma assembleia marcada para a sexta-feira (18) pode decidir pela adesão à greve a partir da terça-feira (22).

Ainda de acordo com a Andes, alguns institutos federais podem iniciar uma paralisação a partir da segunda-feira (21).

A categoria pleiteia carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.

Na quarta-feira (16), o Ministério da Educação afirmou que não comentaria o anúncio de greve.

Amazonas

Professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) anunciaram na terça-feira (15) que entrariam em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta. O presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), Antônio Neto, disse que as atividades no Campus serão mantidas e que docentes vão aproveitar a parte da manhã para passar nas salas e departamentos, com intuito de dialogar sobre a programação e ganhar apoio da comunidade acadêmica do movimento. "A principal intenção não é paralisar e sim fazer uma grande movimentação em todas as unidades, para que todos até mesmo alunos nos apóiem", disse.

O movimento também deve atingir as unidades acadêmicas da Ufam fora da capital, como Benjamin Constant, Humaitá, Parintins, Coari e Itacoatiara.

Ainda segundo o presidente da Adua, a mobilização tem intuito de ganhar mais adesão ao movimento, o Comando Local de Mobilização, com aproximadamente 20 professores,estão no campus fazendo panfletagem e aviso nas salas.

Distrito Federal

Os professores da Universidade de Brasília (UnB) aprovaram um indicativo de greve durante assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (16). A principal reivindicação da categoria é a reestruturação da carreira dos docentes.

"Nossa greve não tem nada a ver com 4% ou 5%. Nós queremos é a reestruturação da carreira.O governo está fazendo a reestruturação de todos os servidores públicos e nós precisamos nos mover se não quisermos chorar daqui a 10 anos", disse o presidente da Associação dos Docentes da UnB, Ebenezer Nogueira.

Os professores vão fazer nova assembleia na sexta-feira (18) e, se aprovada, a greve deve começar a partir de terça-feira (22).

Espírito Santo

As aulas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foram paralisadas nesta quinta-feira (17). Segundo a Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), acontece às 10h uma assembleia no Campus de Goiabeiras, em Vitória, para definir os rumos do greve dos professores no estado.

A diretora da Adufes, Mariane Lima de Sousa, alega que as principais reivindicações dos professores são a restruturação do plano de carreira dos profissionais e a destinação de 10% do PIB para a educação. ?Essa paralisação visa corrigir as distorções na carreira do professor, que, muitas vezes, no final da carreira, acaba recebendo menos que um profissional que acabou de entrar no mercado de trabalho?, disse.

Mariane informou que a Adufes tem um plano para repor todas as aulas após o período de paralisação. Segundo a diretora, o salário de um professor de 20h é de aproximadamente R$ 1,5 mil.

Minas Gerais

Em Minas, duas das 11 universidades federais aderiram à greve. Na Universidade Federal de Lavras (Ufla), segundo a assessoria de imprensa, 9 mil alunos estão sem aulas devido à paralisação de cerca de 500 professores. A Ufla tem 30 cursos de graduação (seis deles à distância) e 48 de pós-graduação, 28 de mestrado e 20 de doutorado.

A Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) também participa do protesto nacional da categoria. Segundo David Pinheiro Júnior, presidente da Associação dos Docentes da Ufop (Adufop), os grevistas farão, às 15h desta quinta-feira, um ato público no centro de Ouro Preto. Pinheiro Júnior afirmou que os professores farão uma passeata em em direção à reitoria da Ufop para entregar a pauta de reivindicações nacionais ao reitor.

A Universidade Federal de Itajubá faz nesta quinta uma paralisação de 24 horas, e decidiu aderir à greve nacional a partir da segunda-feira (21).

Pará

Professores da Universidade Federal do Pará realizam ato público a partir das 9h30 desta quinta-feira (28) para marcar o início da greve da categoria. A paralisação pode deixar mais de 30 mil alunos sem aulas.

O movimento pede a ampliação de vagas para concursos públicos, melhorias salariais e mudanças nas condições de trabalho dos professores.

Uma reunião com representantes do governo federal foi agendada para 28 de maio para discutir as reinvidicações.

Paraíba

Professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) aderiram à greve a partir desta quinta-feira. Com a paralisação por tempo indeterminado, 62 mil alunos devem ficar sem aula no estado.

A assessoria de imprensa da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg) informou que como a greve tem caráter nacional as reivindicações das instituições são as mesmas. Segundo a assessoria, os professores querem a restruturação da carreira docente, prevista em um acordo firmado em 2011. Os docentes também pleiteiam melhores condições de trabalho e a valorização profissional.

De acordo com a assessoria de imprensa da UFPB, atualmente a instituição tem 42 mil alunos distribuídos nos campi de João Pessoa, Areia, Bananeira, Rio Tinto e Mamanguape. Já a assessoria de imprensa da Adufcg informou que a Universidade Federal de Campina Grande conta com 20 mil alunos.

Paraná

Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) decidiram aderir à greve nacional da categoria. Na Universidade para a Integração Latino-Americana (Unila), os professores ainda não decidiram se entrarão em greve. Segundo a presidente da Associação dos Docentes da Unila (Adunila), Gisele Ricobom, os professores da instituição não são filiados à Andes e, por isso, não seguem o mesmo cronograma que a UFPR e a UTFPR.

Ricobom diz que os professores da Unila farão uma assembleia na quinta-feira (24) para definir se param ou não. ?Conhecemos as reivindicações da Andes e vamos analisar se aderimos ao movimento ou não. Ainda não é possível afirmar se entraremos ou não em greve?, afirma.

A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) informou que a orientação dada aos sindicatos locais é para que não haja greve. Com isso, as aulas no Instituto Federal do Paraná (IFPR) também não devem ser afetadas pela paralisação.

Pernambuco

Mais de 15 mil alunos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e quase 5 mil estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) estão sem aulas por tempo indeterminado.

De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Rural (Aduferpe), o professor Cícero Monteiro, a paralisação faz parte de um movimento nacional. "Nosso objetivo maior é conseguir o plano de carreira. Quando o professor entra na universidade, ganha menos que outros técnicos do serviço público. Além disso, vemos grandes distorções na carreira de professor. Queremos estabelecer 13 níveis", explica Cícero.

O sindicato acredita que tem, pelo menos, 90% de adesão nesse primeiro dia na sede. A paralisação das unidades de Serra Talhada e Garanhuns começou na própria terça-feira (15). "Os problemas lá vão além dos nacionais, são também locais, de estrutura", detalha o professor.

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