Mudanças na gestão do plano de saúde dos trabalhadores dos Correios, em greve desde o dia 30 de janeiro, resultou em uma manifestações da categoria pela manhã na Centro de Entregas e Encomendas localizado na Avenida Valter Alencar, zona Sul, e à tarde no Edifício Sede dos Correios, centro da capital.
Pela manhã os funcionários montaram pequenas barricadas com pneus e pedaços de madeira que bloqueavam algumas entradas e impediam a saída de carros. A Polícia Federal e Militar estiveram presentes para evitar tumulto e depredação.
Comandando a equipe da Polícia Federal, Valdinar Lima liderou as negociações para que os grevistas liberassem a entrada. Ele tentou intervir para que os servidores liberassem pelo menos uma parte, 30 % dos 27 carros presentes.
Contudo, a categoria estava irredutível e argumentava que havia funcionários administrativos trabalhando em expediente interno e mais de 30% dos funcionários estavam trabalhando.
O presidente do Sindicato dos Correios (SINTECT-PI), José Rodrigues, explica que os trabalhadores os trabalhadores reclamam da atual gestão do plano de saúde, que hoje é feita pela Postal Saúde, empresa criada pelos Correios para administrar o plano.
Segundo ele, os Correios desrespeitam a cláusula 11 do Dissídio Coletivo do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
?Os Correios estão descumprindo uma decisão do TST que determinou que não ocorresse nenhuma mudança no plano de saúde. Qualquer mudança tinha que ser feita em mesa paritária?, declara.
Sobre o piquete ocorrido de manhã, ele informa que não é intenção do Sindicato limitar o Direito de ir e vir e que a ação não visava impedir a passagem, mas apenas impactar aqueles que não aderiram ao movimento.
?Nossa greve sempre foi pacífica e nós estamos aqui no sentido de convencer e sensibilizar os camaradas?, pontua.
Sérgio Castro, diretor de comunicação do Sindicato, tentou mobilizar os companheiros que estavam dentro da empresa, para que estes se unissem ao movimento.
Manifestação também cobra mais segurança dentro das agências
Durante a tarde eles seguiram com as manifestações que partiram da sede dos Correios, que rumou para o Ministério do Trabalho. O objetivo foi chamar atenção da sociedade e da direção de Correios.
Além de reivindicar a respeito do plano de saúde, eles também cobram segurança nas agências de correios, horário de entrega de entrega das correspondências dentre outras.
Pais, mães, filhos, maridos e esposas de trabalhadores dos Correios estiveram presentes no ato público, contra uma possível privatização do Correios Saúde.
A diretora Joana D"arc Nery, explica que a Postal Saúde é uma administradora e já está criada e regulamentada. Ela explica que o plano de saúde dos correios continuará sendo o Correio Saúde e que as regras deste não sofrerão nenhuma alteração.
Ela garante que o Plano não será privatizado e que a coparticipação paga pelos trabalhadores não serão podem serão alteradas pelos Correios de modo discricionário.
A Diretoria dos Correios também esclarece que solicitou a presença da Polícia Federal apenas para que as entradas fossem desobstruídas e que os trabalhadores que não estão em greve tivessem seu direito de trabalhar garantido.
Ainda de acordo com a diretoria, decisão judicial emitida pela juíza Luciane Sobral determinou que o Sindicato desobstruísse o acesso a qualquer dependência da ECT, sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 100.000,00 Sobre o que foi definido no TST, a ECT informa que todas as regras do plano de saúde definidas na Cláusula 11 do Acordo Coletivo de Trabalho estão mantidas.
Parte dos sindicatos dos Correios, em algumas localidades do Brasil, iniciou um movimento de paralisação contra a Postal Saúde. Mas a maioria dos 35 sindicatos (22) não aderiu ao movimento, incluindo os maiores, os de São Paulo e Rio de Janeiro.