Gripe suína ameaça Ásia e Europa

Aeroportos de países da Ásia, que já sofreram com vírus como a gripe aviária e o Sars

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Diferentes países estão em alerta neste domingo (26) para evitar que a gripe suína que já deixou dezenas de vítimas no México se espalhe pelo mundo. Além do país de origem do novo vírus, onde mais de 20 mortes foram confirmadas (com possibilidade de chegar a 81), casos de gripe já foram confirmados nos Estados Unidos, e há suspeitas de que viajantes de Israel, França, Espanha e Nova Zelândia possam ter se contaminado. Até o Brasil se juntou ao clima de preocupação em relação ao que a Organização Mundial de Saúde já disse que pode se transformar em Pandemia.

Aeroportos de países da Ásia, que já sofreram com vírus como a gripe aviária e o Sars, criaram postos de controle para evitar a entrada da gripe suína. Viajantes que chegam a Hong Kong, Malásia, Coreia do Sul e Japão passam por uma checagem de sintomas, semelhantes ao da gripe comum, mas mais agudos.

Alerta de saúde foi decretado na Argentina, e todos os viajantes provenientes do México têm que declarar se têm sintomas de gripe.

Um tripulante de um voo da empresa inglesa British Airways foi hospitalizado em Londres após voltar do México, mas testes mostraram que ele não tinha a gripe.

ESTADOS UNIDOS

Um sétimo caso de gripe suína foi confirmado na Califórnia neste sábado (25) por autoridades da área de saúde. Com isso, já são 11 os casos de infecção pelo vírus H1N1 nos EUA: 7 na Califórnia, 2 no Texas e 2 no Kansas.

O sétimo caso californiano confirmado é o de uma mulher de cerca de 35 anos que mora em Imperial County, fronteira com o México. Ela começou a ficar doente no dia 4 de abril, foi hospitalizada, mas se recuperou, afirmou Al Lundeen, porta-voz do Departamento de Saúde Pública da Califórnia. A doença já matou 68 pessoas no México, mas não há informação de mortes nos EUA.

Em Nova York, testes confirmaram que oito alunos de um colégio de Nova York têm influenza tipo A, provavelmente gripe suína, afirmou Thomas Frieden, comissário de Saúde da cidade.

Frieden disse que amostras foram enviadas para o Centro Nacional de Controle de Doenças dos Estados Unidos para a realização de exames detalhados. O objetivo é verificar se o vírus contraído pelos estudantes é o mesmo que já matou dezenas de pessoas no México.

"Em todos os casos a doença não foi severa. Muitas das crianças estão se sentindo melhor", comentou o médico.

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse que o surto de gripe suína detectado no México e nos Estados Unidos "é muito grave", de evolução imprevisível e deve ser "vigiado de perto", pois existe o potencial de que se transforme em uma pandemia.

Em entrevista coletiva, Chan disse que "um novo vírus é o responsável por estes casos" e que "a situação está evoluindo muito rapidamente".

BRASIL

O Ministério da Saúde brasileiro anunciou que foi acionado o Gabinete Permanente de Emergência, formado por representantes da pasta, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para acompanhar os casos de gripe suína detectados na América do Norte.

Em nota oficial, o ministério afirma que o grupo irá se reunir todos os dias em Brasília para acompanhar a evolução da doença. Segundo o ministério, não há evidências da circulação desse vírus em pessoas no Brasil.

O monitoramento dos passageiros vindos do México e dos Estados Unidos foi intensificado nos aeroportos brasileiros. A tripulação das aeronaves deverá orientas os viajantes, ainda durante o voo, sobre os sintomas, como febre acima de 39 graus acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, nos músculos e nas articulações.

O texto da nota do Ministério da Saúde ressalta que o "consumo de produtos de origem suína não representa risco à saúde das pessoas".

NOVA ZELÂNDIA

Um grupo de dez estudantes neozelandeses pode ter contraído a gripe suína durante uma viagem ao México, informou o ministro da Saúde da Nova Zelândia, Tony Ryall. Ryall disse à imprensa local que ainda não há nenhum caso confirmado. Mas os exames preliminares aos quais os estudantes foram submetidos detectaram a presença de um vírus da gripe que contém a cepa de origem animal H1N1.

O ministro também declarou que nenhum dos dez estudantes está gravemente doente e que, aparentemente, todos estão se recuperando. Ainda segundo Ryall, nas próximas horas serão divulgados os resultados de exames mais detalhados.

Os dez suspeitos de estarem com gripe suína fazem parte do grupo de 25 universitários e três professores que ontem foram colocados em quarentena assim que chegaram à Nova Zelândia. O grupo, que chegou do México, foi isolado porque 13 de seus integrantes apresentaram sintomas similares aos da gripe durante a viagem de volta. Como medida de precaução, todos foram submetidos a exames.

MÉXICO

No México, onde surgiu o surto de gripe suína, eventos públicos foram cancelados para evitar que o vírus se espalhe. Cerca de 70% dos bares e restaurantes da capital foram fechados, segundo a BBC Brasil.

O governo já recomendou que a população evitasse cumprimentos com as mãos e a Embaixada dos Estados Unidos aconselhou visitantes a permanecerem a pelo menos 1,8 metros de distância de outras pessoas.

Segundo a BBC, as autoridades de saúde do México também foram autorizadas a isolar pessoas contaminadas, caso seja necessário. O ministro da Saúde do México, José Córdova, afirmou que um total de 1,3 mil pessoas foram internadas com sintomas suspeitos da gripe suína desde o dia 13 de abril e que os pacientes estão sendo examinados.

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