O estudante de 19 anos Ferruccio Silvestro teve o rosto desfigurado por tr?s agressores na madrugada do dia 30 de novembro, sexta-feira, na Pra?a Leoni Ramos, em S?o Domingos, em Niter?i, na Regi?o Metropolitana do Rio, depois de sair de uma boate GLS com um grupo de amigos. O jovem registrou o caso na 76? DP (Niter?i) na ter?a-feira (4), depois de ficar internado por quatro dias no Hospital Universit?rio Ant?nio Pedro.
Ferruccio contou que, na sa?da da boate, foi abordado por um grupo de rapazes com xingamentos. Sentindo que eles queriam arrumar confus?o com algu?m, o jovem contou ter ficado com muito medo e decidiu fugir da situa??o.
?L? ? um ponto GLS. Se eles s?o hetero e invadem esse espa?o, ? porque estavam querendo arrumar briga. Corri muito, uns 400 metros da boate at? um posto de gasolina. L? pedi ajuda a um motorista de kombi e ele me disse pra eu sair sozinho da confus?o que eu arrumei. Tentei me esconder numa parte do posto em obra, mas eles me acharam e come?aram a bater. S? lembro depois de acordar no hospital?, relatou o estudante.
Tr?s contra um
A v?tima contou ainda que um dos agressores usou uma moto na persegui??o e que havia umas cinco pessoas no posto onde foi espancado, mas ningu?m ajudou.
?Quero muito que eles sejam encontrados. Quero que as pessoas tenham liberdade pra sair. Eles eram tr?s, nem eram t?o fortes, mas eu era s? um. Tinham entre 18 e 25 anos?, contou a v?tima.
Uma amiga de Ferruccio correu para o posto e chamou uma ambul?ncia que o levou para o Hospital Universit?rio Ant?nio Pedro. Ela e outro amigo ir?o prestar depoimento na 76? DP, segundo o delegado Mario Azevedo.
Ferruccio est? cheio de hematomas no rosto e teve um co?gulo na cabe?a, mas n?o deve ter seq?elas. O jovem, que est? fazendo cursinho para prestar vestibular para o curso de comunica??o social, al?m de sentir muitas dores, est? se sentindo muito desanimado.
?? a primeira vez (que sofro agress?o), em um ano de ass?duas sa?das. N?o estou conseguindo sair de casa, n?o tenho a m?nima vontade de fazer nada. Achei que isso nunca iria acontecer comigo?, contou ele.
Intoler?ncia
Depois de registrar o caso, Ferruccio foi orientado a passar por exame de corpo delito no Posto de Pol?cia T?cnica de Tribob?, em S?o Gon?alo, tamb?m na Regi?o Metropolitana do Rio.
O delegado Mario Azevedo considera que o caso ? mais um exemplo do fen?meno da intoler?ncia no Brasil, que se manifesta nas quest?es raciais e religiosas, al?m da homofobia.
?? um fen?meno que est? piorando aqui no Brasil. Nossa sociedade n?o se diz racista e preconceituosa, mas na verdade ela ?. Vamos agir da mesma forma que no caso do casal gay agredido no dia da Parada do Orgulho Gay, em Icara?. Iremos identificar os agressores e lev?-los ? Justi?a?, declarou o delegado.
Ajuda dos amigos
Ferruccio est? recebendo muito apoio dos amigos, que est?o ajudando a divulgar o caso na internet. Uma amiga criou uma comunidade no site de relacionamentos Orkut para denunciar a agress?o.
?Eles est?o me dando uma ajuda enorme, fazendo uma divulga??o incr?vel. J? tem mais de mil mensagens de pessoas desconhecidas na comunidade?, contou Ferruccio.
Relembre a agress?o ao casal gay
No dia 26 de agosto, o casal homossexual Y., de 40 anos, e J., de 33 anos, saiu de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, para se divertir na Parada do Orgulho Gay, em Niter?i, na Regi?o Metropolitana do Rio. Mas eles nem chegaram a Icara?, onde aconteceu o evento. Ao descer na Esta??o das Barcas, no Centro, o casal foi xingado e agredido por um grupo de quatro jovens que desceu de um carro, gritando: ?Niter?i n?o ? lugar de veados?.
Depois de passar pelo Hospital Universit?rio Ant?nio Pedro (Huap) e por uma cl?nica particular em Niter?i, Y. e J. ? que por precau??o e medo de repres?lias preferiram n?o divulgar seus nomes - voltaram para casa, na manh? seguinte, com uma cole??o de fraturas, cortes, pontos, escoria?es, incha?os e hematomas. E muita indigna??o. O caso f