O Haiti pediu apoio militar estrangeiro para conter sua crise de violência de gangues que paralisou o país. O governo haitiano autorizou o primeiro-ministro Ariel Henry a solicitar ajuda armada devido ao "risco de uma grande crise humanitária". Um grupo de gangues poderosas bloqueou o principal terminal de combustível do país desde setembro, prejudicando seus suprimentos básicos, como água e comida.
A ONU disse que não recebeu um pedido oficial do governo do Haiti, "dito isso, continuamos extremamente preocupados com a situação de segurança no Haiti, o impacto que isso tem no povo haitiano, em nossa capacidade de fazer nosso trabalho, especialmente na esfera humanitária", disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.
O terminal de combustível de Varreux foi controlado e bloqueado por uma coalizão de gangues poderosas, o que paralisou todo o país. Alguns hospitais fecharam, enquanto empresas e serviços de transporte pararam de funcionar em protesto contra a miséria. Desde então, os protestos e saques se intensificaram.
A presença da ONU deixou um legado misto no Haiti: seus mantenedores da paz aceitaram a responsabilidade parcial por desencadear uma epidemia de cólera há mais de uma década, que matou cerca de 10.000 pessoas. O governo do Haiti disse que oito pessoas morreram no domingo de cólera, pela primeira vez em três anos.
Dos muitos suprimentos que foram bloqueados pelas gangues do país, a água limpa é vital - especialmente porque a cólera se espalha por meio de água contaminada.
HAITI
O Haiti é um dos países mais pobres do mundo e sofreu várias crises recentes, principalmente o assassinato de seu presidente, Jovenel Moïse, em julho de 2021 e um grande terremoto que deixou mais de 2.200 pessoas mortas apenas um mês depois.
As mortes são frequentes, com mais de 200 pessoas mortas em violência de gangues em Porto Príncipe no espaço de apenas 10 dias em julho, segundo dados da ONU.