A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Mesmo com ações de combate, casos em menores de 15 anos ainda são diagnosticados no país, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente da doença. A capital, Teresina, ocupa a 8ª posição no ranking nacional em casos de hanseníase em menores de 15 anos. Em 2018, o número de casos diagnosticados nessa faixa etária foi 26, o que corresponde a um coeficiente de detecção de 12,7 casos por 100.000 habitantes.
Com o objetivo de reduzir a carga parasitária de verminoses em escolares do ensino público fundamental, e identificar casos suspeitos de hanseníase, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) lançou na manhã da quarta-feira, na Escola Municipal Cristina Evangelista, zona Sul de Teresina, a 6º edição da Campanha Municipal de Hanseníase e Verminose.
“Quando você tem hanseníase em crianças menores de 15 anos, é um indicativo que essa criança contraiu de alguém de dentro da família ou que tem proximidade com ela. A transmissão da hanseníase é prolongada e contínua, diferente da gripe, que você se contamina e pode ser que amanhã você já tenha a doença; com a hanseníase é aos poucos”, disse Amariles Borba, diretora de Vigilância em Saúde da FMS.
Para identificação dos casos de hanseníase é adotado o “método do espelho”, que consiste no preenchimento da ficha de autoimagem para identificação de escolares que apresentem sinais e sintomas sugestivos de hanseníase. A ficha é distribuída aos estudantes, preenchida pelos pais e/ou responsáveis e devolvida para a escola em, no máximo, dois dias. Já o combate às verminoses é feito com o uso do medicamento para profilaxia das verminoses, o Albendazol 400 mg, via oral, dose única, sob a supervisão de um profissional da Estratégia de Saúde da Família. A realização dessa ação de profilaxia e de diagnóstico de hanseníase em escolares está em conformidade com as recomendações de Órgãos Internacionais, como a OPAS/OMS.
“É muito importante essa ação, porque vamos identificar não só crianças com a possibilidade de ser portadora de hanseníase, como alguém muito próximo a ela, que também tem a doença e não está se tratando ou começou o tratamento recentemente”, disse Amariles.
As 140 escolas municipais serão visitadas para o combate à hanseníase. Com relação aos resultados, se a criança tiver a mancha, uma equipe verificará se há consistência da suposição diagnóstica, e se confirmado, a criança será levada a um especialista dermatologista para confirmar ou não o diagnóstico. Confirmando a doença, a criança, no ato da consulta, já toma a primeira dose de medicamento e leva os outros comprimidos para serem tomados em casa.
“Teresina aderiu à campanha, e este ano estamos realizando, junto às equipes de saúde da família, a atividade na ajuda do diagnóstico da hanseníase. Temos que ficar atentos, realizar atividades de busca e informação sobre a doença”, falou Svetlana Coelho, enfermeira da Diretoria de Vigilância em Saúde da FMS. (A.S.)