A polícia do Maranhão está à procura de um homem que ateou fogo em um posto de combustíveis em Maracaçumé (a 458 km de São Luís). O crime, praticado no último dia 19, foi filmado por câmeras do circuito interno de segurança e foi parar na Internet.
As imagens, que já estão com a Polícia Civil, revelam o momento em que um homem de boné chega ao posto e compra uma lata de energético, consumindo-a no local. Em seguida, ele rende um funcionário, joga combustível das bombas pelo chão, risca um fósforo, joga-o e causa uma explosão. O suspeito fugiu sem deixar pistas. O posto foi destruído pelo incêndio e está fechado.
A proprietária do posto, a empresária Cândida Marques Ferreira, revelou, em carta às autoridades maranhenses, que está com medo e se sente ameaçada de morte. A preocupação vem desde julho de 2006, quando seu marido, Lucas Anastácio Ferreira, foi assassinado no mesmo posto. Os autores daquele crime nunca foram identificados.
Na carta, ela pede segurança, já que entendeu o atentado do último dia 19 como uma ameaça. Procurada, Cândida não foi localizada. Pessoas próximas à empresária revelaram que ela não quer comentar sobre o atentado ou sobre as ameaças que vem sofrendo. Apenas informou que mudou sua rotina e praticamente não sai mais de casa, à espera de segurança estatal.
Reforço na segurança
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informou que, após o atentado, reforçou o policiamento no município, com mais policiais civis e militares na região do posto de combustíveis. Dois delegados estão investigando o caso e já trabalham com algumas linhas de investigação, que são mantidas em sigilo.
"Já estamos de posse das imagens, que foram entregues pela proprietária do posto, além da lata de energético que o rapaz comprou na loja de conveniência. O material contém impressões digitais que podem ser comparadas caso haja prisão de de algum suspeito", afirmou o superintendente da Polícia Civil do Interior do Maranhão, Jair Lima de Paiva Júnior.
Até agora, a polícia tem apenas a imagem aproximada da câmera de segurança. Segundo o superintendente, os funcionários do posto que presenciaram o crime se recusaram a prestar informações para elaboração de um retrato-falado do suspeito. "A atendente e o colega disseram que estavam nervosos com o ocorrido e não teriam condições de contribuir. Mas conseguimos uma imagem aproximada do homem, na qual ele aparece de perfil. Já sabemos que não se trata de uma pessoa da região, pois uma pessoa de "cara limpa" não iria se expor daquela maneira", disse, destacando que a forma em que o atentado ocorreu se trata de "amadorismo".
Apesar da proprietária do posto ter relatado à polícia que vem sofrendo ameaças de morte, Paiva Júnior ressaltou que até agora as investigações não apontaram relação entre o assassinato do marido dela com o incêndio do posto. "A dona do posto não apresentou nenhuma prova sobre as ameaças de morte que disse estar sofrendo, nem por meio de algum escrito, telefonemas ou por intimidação pessoal. De qualquer forma reforçamos o policiamento na região, pois o ateamento do fogo ao posto pode ser uma ameaça indireta", afirmou.