O vendedor Magno Brandão Ferreira, de 27 anos, confessou ter matado a facadas a companheira Thamiris de Souza Santos, de 30, e as filhas dela, Nayara Machado de Souza, de oito, e Nicolly de Souza Santos, de quatro anos, em São Vicente, no litoral paulista. Segundo apurado nesta quinta-feira (21), ele disse à polícia ter sofrido um ‘apagão’ e acordado ensanguentado, com a faca na mão e em frente aos corpos. Ele segue preso na carceragem do 5º Distrito Policial de Santos.
A confissão aconteceu no mesmo dia em que a Polícia Civil o prendeu na casa da mãe, na madrugada de quarta-feira (20). Na manhã do mesmo dia, ela afirmou que dopou o filho na intenção de induzí-lo ao sono, antes de chamar a polícia, já que estava recebendo uma série de ameaças de moradores das redondezas.
Em depoimento, ele admitiu ter cometido o crime, mas não lembra como. "Ele diz que foi ele, que estava ensanguentado, descreve a logística da casa", diz Karla Cristina Pereira, titular da Delegacia da Mulher de São Vicente. A arma usada teria sido comprada por ele na época em que era cozinheiro. Uma faca foi apreendida e a perícia determinará se ela é a utilizada nos crimes.
Ainda em depoimento, o vendedor, que estava desaparecido desde quando os corpos foram achados, na madrugada do dia 10, no bairro Parque Continental, afirmou que permaneceu na residência mesmo com os corpos das vítimas já entrando em processo de decomposição.
"Ele ficou por três dias na casa com as vítimas mortas, e não se preocupou em pedir resgate. Na verdade, ele resume como se tivesse tido um 'apagão', e que só lembra da cena de quando acordou", diz Karla.
O vendedor revelou que, no dia 2 de junho, chegou a discutir com Thamiris. O pai da vítima, Eduardo Antônio da Silva, disse que há a possibilidade de a desavença ter ocorrido por ele ter feito movimentações em uma conta bancária da avó dela, que os dois utilizavam em conjunto.
"Ele teria pegado o dinheiro dessa conta, e não sei o que fez com ele, torrou, fez o que fez. Ele estava com os cartões dela. Provavelmente, foi o motivo da confusão, da briga. Ele ainda teria comprado uma moto", explica.
Segundo a delegada, Brandão mexeu na conta dias após os crimes. Dela, foram tirados cerca de R$ 3.000 sendo que R$ 1.300 tiveram como destino a compra de uma moto, que seria utilizada para a fuga.
"Essa conta tinha um dinheiro que eles usavam para comprar roupas para revender. Foram vários saques após as mortes. E a moto acabou sendo apreendida pela Polícia Militar por questões administrativas", explica.