Um homem identificado como Genesco Alves Silva, 55 anos, foi preso em flagrante nesta sexta-feira (4) acusado de praticar ato racista contra uma funconária de uma companhia aérea no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.
Após uma discussão no check-in da empresa, o homem retirou uma banana de sua mochila e deu à atendente Aline Campos. que é negra. Ela fez uma denúncia à Polícia Federal e o homem já estava dentro do avião que ia para Corumbá, no Mato Grosso do Sul quando foi anunciada a sua prisão.
Genesco Alves Silva foi levado inicialmente para Superintendência da PF e, em seguida, encaminhado para delegacia em Vespasiano (MG). Ele ficou menos de 24 horas detido, pagou uma fiança de R$ 3 mil e foi liberado.
Inicialmente o homem, que cursa medicina na Bolívia, se apresentou como advogado, mas a Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais negou a informação e informou que ele foi 'apenas estagiário e que está com o registro cancelado'.
A liberação ocorreu porque o homem foi acusado por injúria e não por racismo, que é crime inafiançável. No primeiro caso, a dignidade da pessoa é ofendida com o uso de elementos raciais.
O crime de racismo envolve ações por conta de preconceito racial, como por exemplo, deixar de atender um cliente por causa da caor da pele.
A funcionária que fez a denúncia relatou em seu depoimento que Genesco ficou a provocando dizendo: "vocë prefere uma maçã? Não, né? Banana mesmo..."
Genesco negou que sua atitude tenha sido por conotação racial e disse que deu a banana à funcionária como fruta qualquer.
Um problema no despacho na bagagem do homem teria sido o motivo da atitude dele em relação à funcionária. “Ele chegou ao atendimento com muito sarcasmo e eu tentei tratá-lo da melhor forma possível. Só que ele continuou com sarcasmo e ironia, principalmente na hora que a gente foi fazer uma tratativa relativa a cobrança de bagagem”, disse a atendente que explicou ter havido um problema no sistema de cadastro da companhia não permitindo inicialmente, que Genesco fosse identificado como um "cliente vip", que não precisava pagar pelo despacho da bagagem.
A atendente afirmou que o problema foi solucionado. “Devido a isso, não sei se ele sentiu-se ofendido. Acredito que não, pois retratamos, informando que ele é um cliente vip. Despachei então a bagagem dele, fiz o atendimento completo”, relatou Aline Campos.
Mesmo com o problema resolvido, Genesco teria voltado ao balcão, momento em que ocorreu a agressão de cunho racial. "“Ele retornou, falando comigo que eu tinha esquecido alguma coisa. Informei a ele que não tinha esquecido nada. Foi nesse momento que ele tirou a banana da sacola e me entregou. E usou de mais sarcasmo falando: ‘Você prefere uma maçã? Não, né? Banana mesmo...’. Fiquei em choque e ele foi para o saguão. Embarcou”, afirmou a atendente da companhia aérea.
A jovem disse que contou ao seu gerente o ocorrido e agentes da PF foram acionados.