Ademir Gonçalves Costa, de 39 anos, foi morto no último sábado (28) após ser preso por fiscais da Receita Federal, na Ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai. Ele trabalhava com vendas em Ciudad del Este e voltava em um mototáxi quando foi abordado. Os agentes alegam que o homem resistiu e, por isso, foi detido. Ele foi levado a uma sala da Receita e já saiu de lá sem vida.
Em nota, o órgão declarou que Ademir teve uma convulsão e expeliu sangue pela boca antes de falecer. O comunicado afirmou, ainda, que ele foi atendido por socorristas do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), assim que foi detido, por apresentar um estado de comportamento alterado.
No entanto, a versão é confrontada por amigos e pela namorada do vendedor, Thaís Claro Goulart. Em entrevista à Rede Massa News, do Paraná, ela contou que Ademir foi espancado pelos fiscais. “Esse tal de Ezídio já derrubou ele da moto e partiu para a porrada pra cima dele. E ele resistiu à abordagem, né? E começaram a bater nele. Tacaram spray de pimenta na cara dele, meteram spray de pimenta na cara dele”, disse.
“Daí levaram ele para uma sala, deixaram ele lá e lá eles agrediram ele muito, porque ele está todo machucado. Inclusive mandaram um laudo para o IML que ele morreu de morte natural. Eu vi o corpo. Está todo machucado, todo, todo. A boca dele está estourada, a cabeça dele está machucada, as pernas, tudo. Tudo muito feio”, prosseguiu. Segundo ela, o homem era alérgico e pode ter tido uma forte reação ao gás de pimenta.
O laudo da necropsia só será revelado em 30 dias. Fotos que circulam pela internet mostram Ademir com o rosto desfigurado, com marcas de sangue e hematomas nas pernas. Em um vídeo feito por testemunhas, ele aparece deitado no chão, fora da sala da Aduana, totalmente dominado e com as calças abaixadas.