O homem que havia sido preso nesta semana por ejacular em uma mulher dentro de um ônibus e depois foi solto pela Justiça de São Paulo, foi detido novamente na manhã deste sábado (2) ao atacar outra passageira dentro de um coletivo na região da Avenida Paulista, centro da capital. As informações foram confirmada ao G1 pela Polícia Militar (PM) e Polícia Civil.
O delegado Rogério de Camargo Nader, do 78º Distrito Policial (DP), nos Jardins, pediu à Justiça a prisão preventiva de Diego. A decisão, no entanto, deverá sair no domingo (3) durante audiência de custódia. A autoridade policial ainda teria solicitado ao juiz que irá analisar o pedido que submeta o preso a exames psicológicos para saber se ele pode responder criminalmente por seus atos ou se deverá ser levado a tratamento médico.
Diego será levado para uma carceragem onde ficará preso sozinho por questão de segurança.
4 estupros
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota, que esta é a quarta vez que Diego é preso por estupro; o homem também já foi detido 13 vezes por ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor, totalizando 17 passagens pela polícia.
Esse também é o terceiro caso de violência sexual contra mulheres nesta semana na capital, dois deles atribuídos a Diego.
De acordo com a assessoria de imprensa da PM, o suspeito foi detido por volta das 8h por passageiros do coletivo. Eles chamaram policiais militares, que o detiveram.
O homem, a vítima e testemunhas foram levados ao 78º DP, nos Jardins, área nobre da cidade. Segundo policiais civis da delegacia, a identidade do agressor foi confirmada pela identidade dele e pela comparação com fotos anteriores dele de quando foi detido pela última vez.
Diego já tinha passado pelo mesmo DP na última terça-feira (29), quando havia sido preso após ejacular em uma passageira. Naquela ocasião, ele foi indiciado pela Polícia Civil por estupro, mas em audiência de custódia, na quarta-feira (30), a Justiça o soltou alegando que "não houve constrangimento" da vítima no ato.
17 passagens
Veja abaixo os 17 casos de crimes sexuais atribuídos a Diego:
2017
2 de setembro
Local: Avenida Brigadeiro Luis Antonio
Vítima: entre 30 e 40 anos
Esfregou o pênis no ombro da mulher e tentou impedi-la de fugir usando a perna
29 de agosto
Local: Avenida Paulista
Vítima: 23 anos
Ejaculou em mulher
12 de junho
Local: Avenida Paulista
Vítima: de 20 anos
Encostou o pênis no ombro da mulher
1º de maio
Local: Alameda Santos
Vítima: 23 anos
Esfregou pênis na mão da mulher
2 de março
Local: Avenida Paulista
Vítima: 24 anos
Esfregou pênis no braço da mulher
19 de fevereiro
Local: Avenida Paulista
Vítima: 22 anos
Esfregou pênis na mão da mulher
2016
28 de novembro
Local: Avenida Paulista
Vítima: idade não informada
Se masturbou próximo a mulher
21 de novembro
Local: Metrô
Vítima: 17 anos
Esfregou pênis na adolescente
31 de outubro
Local: Avenida Brigadeiro Luis Antonio
Vítima: idade não informada
Esfegou pênis em passageira não identificada
2014
25 de novembro
Local: Cidade Ademar
Vítima: 21 anos
Quis tocar seios e ejaculou em ombro de mulher
2013
2 de fevereiro
Local: Avenida Washington Luiz
Vítima: 47 anos
Esfregou pênis no braço da mulher
2012
1º de agosto
Local: Americanópolis
Vítima: 23 anos
Sem informações detalhadas do que fez
17 de outubro
Local: Santo Amaro
Vítima: 27 anos
Mostrou pênis a mulher
2011
11 de fevereiro
Local: Rua Floriano Peixoto, Sé
Vítima: 22 anos
Sem informações detalhadas do que fez
6 de abril
Local: estação do Metrô Anhangabaú
Vítima: 33 anos
Sem informações detalhadas do que fez
30 de novembro
Local: Santo Amaro
Vítima: 27 anos
Sem informações detalhadas do que fez
2009
12 de dezembro
Local: Lapa
Vítima: 22 anos
Mostrou pênis para mulher
3º caso
É o terceiro caso de ataque a mulheres em ônibus nesta semana na capital. Além dos dois citados acima, na terça-feira e neste sábado, que foram atribuídos a Diego, a polícia registrou outro na quarta-feira (30). Naquela ocasião, um outro homem foi detido por suspeita de passar a mão no seio de uma mulher por cima da roupa. Esse caso teria sido registrado como importunação; o agressor também foi solto.
Em entrevista, a primeira vítima de Diego criticou a decisão da Justiça que o soltou após a polícia indiciá-lo por estupro e recomendar a prisão preventiva dele. 'Doeu muito', disse ela. A decisão foi polemizada nas redes sociais, com manifestações públicas até de artistas contrários à soltura do abusador.
Algumas entidades de juristas, no entanto, defenderam a decisão do juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto, que liberou Diego. O Ministério Público de São Paulo também publicou nota defendendo o promotor do caso, Marcio Takeshi Nakada, que antes havia se manifestado a favor do relaxamento da prisão do homem.
O Juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, que atua na 17ª Vara Criminal da Capital paulista, e é diretor de imprensa da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) disse à TV Globo que a entidade só vai se manifestar sobre esse novo episódio envolvendo o Diego, a partir do momento que houver um posicionamento contrário a conduta do magistrado que irá julgar o caso.