A horta comunitária do Dirceu, zona Sudeste da cidade, foi selecionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para receber um grande projeto de agroecologia. A intenção é criar condições necessárias para que os horticultores tenham independência produtiva e financeira em bases agroecológicas.
O projeto tem objetivo de trabalhar a questão da agroecologia, que consiste em abordar a questão dos alimentos orgânicos para isso foi realizado uma parceria com o Ministério da Agricultura e os técnicos da Superintendência de Desenvolvimento Rural do Piauí (SDR) e Secretária de Planejamento da Prefeitura Municipal de Teresina.
O superintendente da SDR, Paulo da Silva Lopes, disse que a capital possui 45 hortas comunitárias, sendo que 3 localizadas na zona rural e 42 na zona urbana e a horta do Dirceu foi a escolhida para receber o projeto por ser a maior em área urbana da América Latina.
Ela possui 22,5 hectares em área contínua, onde são cultivados coentro, cebolinha, alface, couve e plantas medicinais. Para a implantação do projeto existe a parceria com Ministério da Agricultura, Embrapa, Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Sebrae.
“O projeto consiste na criação do Centro Vocacional Tecnológico (CVT), que vai contar com vários laboratórios que além de contar com uma área de feira e capacitação, no sentindo de fortalecer o trabalho dos horticultores que vão contar com orientações técnicas através de software que serão implantados e na melhoria da segurança alimentar, além de contar com um espaço para comercialização direta do horticultor, onde será realizado feira dos produtos produzidos por eles mesmo”, afirmou.
Paulo Lopes acrescentou que o CVT será construído nos entornos da horta comunitária do Dirceu e receberá a presença de alunos e professores para a realização de pesquisas na área alimentar, que vão abordar as mais diversas questões, como a seleção da semente e soluções naturais para o plantio e cuidados da horta.
“Nós temos duas áreas sendo analisadas para receber o projeto que está em fase de projeto até a sua construção. Será construído uma estrutura com laboratórios de pesquisa e orientação tecnológica para melhorar a produção dos horticultores”, complementou.
Ele falou que o foco será na alimentação saudável para a produção dos alimentos sem o uso de agrotóxicos e também para estudo e criação de soluções naturais para combater pragas.
Além da construção do centro tecnológico, o superitendente afirmou que em parceira com o Ministério do Desenvolvimento Social e Codevasf, a SDR está trabalhando no processo de revitalização das hortas, recuperação das cercas de proteção e capacitação dos horticultores, além de distribuição de ferramentas para maior produção no trabalho.
Sistema de irrigação passa a ser elétrico
As hortas comunitárias passaram a receber um novo sistema de irrigação elétrico feito com um microaspersor que otimiza o trabalho dos horticultores que já podem aposentar os regadores e que molha toda a plantação de forma eficaz e automatizada.
O superintendente da SDR, Paulo da Silva Lopes, afirmou que a ferramenta já foi implantada em parte da horta do grande Dirceu e que em breve deverá ser ampliada para as demais.
“Esse novo sistema de microaspersão só necessita de uma pessoa para controle da irrigação das plantações, que são muito grandes e divididas por módulos. É preciso ser feito um seccionamento por partes da plantio”, disse.
Paulo Lopes declarou que após a criação do CVT os produtos vão passar a ter uma valorização que pode chegar em até 30%.
Ele citou como exemplo o cheiro-verde que custava R$ 1 vai passar a custar R$ 1,30 e esse número em uma quantidade de grande volume terá uma grande representatividade no ganho do horticultor. Segundo dados da SDR, as hortas comunitárias movimentam cerca de R$ 10 milhões por ano na economia local.
Os horticultores recebem assistência técnica da Prefeitura através de cursos de capacitação e do fornecimento de material. A horta comunitária do Dirceu, inaugurada em 1987 e considerada a maior em área urbana da América Latina, tem 22,5 hectares em área contínua, onde são cultivados coentro, cebolinha, alface, couve e plantas medicinais.