Hortas do bairro Mafrense secam por falta de bomba em poço

horta representa a única fonte de renda para a maioria dos que trabalham no local

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Os horticultores que diariamente trabalham nas hortas comunitárias do bairro Mafrense, na zona norte da capital, já não sabem mais o que fazer. Afinal, a bomba que funcionava no poço tubular que servia à plantações está quebrada desde o mês de outubro, e não há sinais de que o problema será resolvido. No local onde funcionava o poço, o mato cresceu e o acesso é difícil. Sem outra alternativa, os trabalhadores estão utilizando pequenos poços, e puxando a água manualmente através de cordas e baldes.

Como a horta representa a única fonte de renda para a maioria dos que trabalham no local, os horticultores pedem para que algo seja feito o mais rápido possível. ?Estamos no sofrimento, pois aqui a maioria é de desempregados, e esse é o nosso ganha pão. Sem a bomba, temos que puxar água no carretel mesmo?, disse Maria do Amparo Silva, que planta cebola, coentro, alface entre outros. De acordo com Maria, as chuvas são a esperança dos horticultores do Mafrense, mas como elas estão abaixo do esperado, as verduras e hortaliças estão secando.

Caminhando pela horta, o que se vê são reservatórios vazios. As torneiras, de onde jorrava a água puxada pela bomba que queimou, agora estão completamente sem uso. ?Por causa desse problema, muita gente já desistiu de manter plantações aqui. Nem todos aguentam puxar a água manualmente para molhar as hortas. Até eu, que sou homem, sofro com esse problema?, disse Antônio Emerson Silva, enquanto puxava um balde de água. Em seguida, ele mostrou os calos nas mãos, acumulados após quatro meses com o poço tubular fora de funcionamento.

Das culturas praticadas no local, a cebola é a que aparece em maior quantidade nos lotes, pois apresenta maior resistência ao calor e à falta de água. No entanto, os sinais que o clima severo imprime nas demais hortaliças também já começam a aparecer. Os trabalhadores mostraram, desolados, as condições em que se encontra a produção de suas hortas. ?Tudo o que tenho são estas cebolas aqui, todas secas por causa do sol?, disse uma trabalhadora local.

O problema fica mais complicado ainda para os trabalhadores idosos, que são comuns na horta do Mafrense. Por toda a parte, lotes abandonados são tomados pelo mato, e os horticultores que resistem às dificuldades lutam para manter os lotes limpos e as hortas em boas condições. Um monte de entulho na área das hortas, próximo à entrada, é outro problema apontado por quem trabalha lá.

Procurada para esclarecimentos a respeito da falta da bomba e fornecer informações sobre uma possível recuperação da mesma, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) centro norte informou que o problema é de responsabilidade da Gerência de Habitação e Saneamento Básico da Superintendência de Desenvolvimento Rural (SDR). Nenhum responsável pela gerência foi encontrado para fornecer maiores informações.

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