Os meses mais quentes do ano representam uma esperança a mais para os horticultores da capital ? com o fim das chuvas, as hortas podem se desenvolver melhor, porque fica afastado o inconveniente do excesso de água que maltrata as hortaliças. No entanto, os trabalhadores das hortas ainda padecem de outros problemas, que não estão relacionados ao clima, como a falta de um maior incentivo à produção.
Entre as várias hortas da capital, a do conjunto Geovane Prado, na zona Leste de Teresina, é um dos
exemplos mais bem cuidados. Os trabalhadores tentam manter, da melhor forma possível, os 83 lotes
existentes no local, mas ainda sofrem com a falta de uma maior disponibilidade de composto orgânico, o que lhes permitiria otimizar a produção.
De acordo com a presidente da associação dos horticultores locais, Maria de Jesus Custódio dos Santos, um acordo chegou a ser pensado junto à Prefeitura para beneficiar os trabalhadores através de uma usina de compostagem, mas isso ainda não se concretizou. ?Temos muita dificuldade em conseguir esterco. Quando os carros vêm do interior com o estrume, pagamos R$ 4 ou 5. O ideal seria que contássemos com esse incentivo por parte da prefeitura?, disse Maria, que é conhecida entre os trabalhadores como Capitu.
A horticultora também afirmou que faltam mais iniciativas de assistência técnica ? apesar disso, a horta da zona Leste foi a primeira a receber um curso de produção de alimentos orgânicos, promovido no início de junho pela Superintendência de Desenvolvimento Rural (SDR), com a concessão de certificados para 13 trabalhadores locais pelo Ministério da Ag r i c u l t u r a , Pecuária e Abastecimento. ?Já somos reconhecidos como uma horta que trabalha exclusivamente com produtos orgânicos, mas ainda precisamos de uma maior atenção. Com a dificuldade em conseguir composto orgânico para cultivar as hortaliças, cada um precisa fazer seu composto aqui mesmo?, explicou Capitu.
Para produzir seu adubo, ela intercala camadas de esterco com restos de mato que ela retira das proximidades das hortas. Essa mistura cria o terreno propício para o crescimento da cebola, do
coentro, da alface e de outros. Ela e os outros produtores comemoram o clima favorável ao cultivo. ?O coentro é tão procurado que, muitas vezes, não chega nem a crescer totalmente?. Os horticultores
do Geovane Prado comercializam seus produtos junto aos moradores e pequenos mercados.