O Piauí voltará a realizar transplante de coração, cirurgia que há alguns anos deixou de ser feita no Estado. A equipe do Hospital Getúlio Vargas já se prepara para a realização desse procedimento cirúrgico e toda a estrutura do local já está sendo montada para que isso seja possível.
A informação foi confirmada nessa quinta-feira (27), pelo diretor técnico do HGV, Sebastião Martins, durante o lançamento da campanha estadual de Doação de Órgãos e Tecidos.
Ainda não há uma data certa para o início das primeiras cirurgias nessa área, mas a expectativa é que elas já possam acontecer no ano de 2013. Por enquanto, todo o espaço físico e a estrutura de pessoal e técnica estão sendo montados.
?Antes de começarmos a transplantar, nós precisamos estruturar o serviço de cirurgia cardíaca, pois depois de estruturado, o transplante fica mais fácil de acontecer?, pontuou Sebastião Martins.
O processo de realização de transplante de coração é mais complexo e necessita de toda uma estrutura de centros cirúrgicos, equipamentos e Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
O HGV contará com duas salas de centro cirúrgico exclusivas para cirurgia cardíaca, além de UTI para adultos, com dez leitos e UTI infantil, com sete leitos.
?Nós já temos esse espaço, a reforma física já está sendo finalizada e estamos estruturando o local onde serão realizadas as cirurgias cardíacas?, garantiu Sebastião.
O HGV será o primeiro hospital público a fazer isso no Estado. No que se refere à iniciativa, essa possibilidade de transplante de coração também já vem se desenhando.
O Hospital Aliança Casamater, segundo o coordenador de Enfermagem da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos do Piauí (OPO), João Gilson Cantuário, também já se prepara para a realização desse procedimento cirúrgico.
?O Hospital Aliança já tem uma equipe de profissionais se preparando para realizar o transplante cardíaco e isso não vai mais demorar para ser uma realidade no nosso Estado.
Fila de espera por órgãos e tecidos soma 625 pessoas no Piauí
A fila de pessoas que esperam por um transplante de córnea chega a 384 e de rim alcança 241, no Piauí. Juntas elas somam hoje 625 pacientes à espera de um transplante de órgão e tecido no Estado. Segundo João Gilson, os transplantes realizados no Piauí correspondem apenas a cerca de 3% de tudo que é feito em todo o país.
"O Piauí já melhorou muito, mas precisamos avançar ainda mais nessa área, para sairmos desses 3%, que é um percentual muito baixo", argumentou o coordenador de Enfermagem da OPO.
Dados da Organização mostram que este ano foram realizados 159 transplantes no Piauí, sendo 130 de córnea e 29 de rim.
Segundo a enfermeira da Central de Transplantes do Piauí, Maria Salete Carvalho, antes a espera por uma córnea poderia demorar até seis anos, hoje, com os avanços alcançados, esse tempo máximo caiu para um ano e seis meses.
"No caso do rim é mais complicado, pois além de o paciente passar por uma fila de espera, ele ainda precisa ser compatível com o órgão que está disponível. Com isso, nem sempre o primeiro da lista é quem vai receber o órgão".