Neste mês, foi realizada no Hospital Unimed Primavera (HUP) a primeira colangioscopia peroral, procedimento cirúrgico inédito no estado do Piauí coordenado pelo médico gastroenterologista, Lucídio Leitão.
A colangioscopia consiste na visualização direta da área biliar para tratamento de cálculos biliares de difícil remoção, identificação de estenoses biliares indeterminadas e diferenciação entre lesões da região biliar.
O procedimento cirúrgico também contou com a presença do médico gastroenterologista, Daniel Dutra, e do médico endoscopista intervencionista do Hospital das Clínicas de São Paulo, Tomazo Franzini, que veio ao Piauí implantar o método.
Lucídio Leitão aponta os benefícios do método. “A colangioscopia peroral permite ter visão direta dos ductos pancreáticos, o que favorece a precisão dos diagnósticos”. O primeiro paciente que passou pelo procedimento foi um jovem que apresentava obstrução no canal. “A bílis não conseguia ir do fígado para o intestino. Ele estava com corpo amarelado e tinha períodos de febre. Outro sintoma que o incomodava bastante, era a constante coceira que sentia”, relata o médico, acrescentando que o paciente tinha uma obstrução de difícil visualização, mesmo usando ressonância ou outros métodos. “Precisávamos saber se a obstrução era benigna ou maligna. No sábado (03/11), conseguimos ver que era uma obstrução benigna”, destaca. Após a intervenção, o jovem já recebeu alta e vai iniciar o tratamento.
Equipe especializada
Para realizar a colangioscopia peroral é necessária uma equipe especializada e cuidados básicos, como a definição do local onde será feito o procedimento. “A colangioscopia deve ser feita num centro cirúrgico, em um hospital que tenha suporte adequado. O índice de complicação é baixo, mas precisa de um hospital que dê um suporte com um centro cirúrgico preparado e tenha uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”, alerta Lucídio Leitão.
Após o sucesso da primeira cirurgia, o médico informa que a colangioscopia será incluída nas intervenções de rotina sempre que surgir uma situação que exija esse tipo de método.
Segurança do Paciente
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Joint Commisssion International (JCI) estabelecem metas internacionais de segurança do paciente. Uma delas contempla a cirurgia segura, que minimiza os riscos aos pacientes durante os procedimentos cirúrgicos. Para isso, são definidas etapas e responsabilidades à equipe de multiprofissionais.
O Hospital Unimed Primavera (HUP), por meio dos Núcleos de Controle de Infecção e Segurança do Paciente, realiza o cumprimento do que foi estabelecido mundialmente.
O médico infectologista e coordenador do Núcleo de Controle de Infecção do HUP, Maurício Mendes, ressalta a importância desse tipo de campanha. “A campanha terá cunho educativo e tem como objetivo reciclar a equipe de profissionais do hospital. Serão feitos encontros com exposições orais e a colocação de informes sobre cirurgia segura em pontos estratégicos”, diz. O médico complementa que esse tipo de iniciativa é importante porque deixa o paciente bem informado sobre os cuidados tomados antes, durante e após uma cirurgia. “Passar confiança para o paciente é de suma importância, pois diminui sua ansiedade antes de passar por um procedimento. A campanha também reduz a ocorrência de riscos internos”, destaca.
De acordo com a enfermeira Alice Fraga, que faz parte dos núcleos, a campanha iniciada neste mês de novembro visa disseminar e intensificar o que é preconizado mundo afora. “Os cuidados com o paciente vão desde sua admissão no hospital para realização de cirurgia, até sua saída”, destaca. Ao entrar no hospital para passar por um procedimento cirúrgico, o paciente recebe uma pulseira de identificação, que é minuciosamente checada. Em seguida, é direcionado ao posto para o pré-operatório, onde é feito um check-list de encaminhamento para o centro cirúrgico.
A enfermeira diz que dentro do centro cirúrgico devem ser seguidas algumas etapas importantes, como a que é realizada no momento que antecipa a cirurgia, quando é feita uma chamada nominal do time que vai participar do procedimento; antes da incisão e antes da saída do paciente da sala de cirurgia, a fim de fazer levantamento do material realmente utilizado e discutir o plano de tratamento do paciente. “Tudo isso evita eventos adversos e garante a maior segurança do paciente”, ressalta.
Controle de Infecções
Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que, a cada ano, 63 milhões de pessoas sejam submetidas a tratamentos cirúrgicos devido a algum evento traumático. A estatística destaca que 10 milhões de operações são realizadas por complicações relacionadas à gravidez e mais 31 milhões no tratamento de malignidades.
Os riscos podem ser controlados por meio de campanha de prevenção como a realizada pelo Hospital Unimed Primavera, que garante a segurança do paciente. A OMS informa que em países industrializados, há complicações de 3 a 16% nos procedimentos cirúrgicos em pacientes internados, com taxas de incapacidade permanente ou morte de 0,4 a 0,8%.
Já em países em desenvolvimento os números são mais elevados. Como apontam os estudos, a taxa de mortalidade é de 5 a 10% durante cirurgias mais extensas. Infecções e outras complicações pós-operatórias são preocupações mundiais. A OMS destaca que, no mínimo, sete milhões de pacientes cirúrgicos são prejudicados por complicações a cada ano, sendo que uma média de um milhão de pacientes morre durante ou imediatamente após o procedimento.
Mais ações
No mês de outubro, o Hospital Unimed Primavera, atendendo às normas internacionais, redobrou os cuidados com a prática de lavagem das mãos na Unidade de Terapia Intensiva, medida que faz parte das metas internacionais de segurança do paciente. A prática ajuda a prevenir os riscos de infecções no hospital, de modo a fortalecer a segurança dos usuários. Os critérios para definição do ranking foram contabilizados por um profissional treinado pelo Serviço de Controle de Infecção do HUP.