Família do jogador piauiense Valter Maranhão, que teve morte encefálica confirmada na última quarta-feira (12), denunciou que uma mulher se identificou como assistente social e teria pedido para que a família fizesse a doação de órgãos do jogador.
Segundo parentes do jogador, inicialmente ela teria falado com a esposa de Valter Maranhão. A suposta assistente social insistia na doação dos órgãos e dizia que já havia uma criança e dois adolescentes na espera dos órgãos.
A família resolveu registar ocorrência na Polícia Civil e procurou o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) para não fazer a doação. O hospital, descofiado da suposta assistente social, abriu sindicância para apurar o caso.
A mulher, que foi identificada apenas como Conceição, teria dito a família de Valter Maranhão que, além de Assistente Social, era do HUT que também trabalhava na assessoria de um deputado estadual na Assembleia Legislativa.
O HUT enviou nota informando sobre a sindicância e proibindo a entrada da mulher no hospital.
CONFIRA NOTA
"Com relação às matérias veiculadas na imprensa sobre a doação de órgãos do paciente Valter Lima Vieira, 60 anos, que foi a óbito na última quinta-feira (13), às 13h20, a direção do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) informa que já abriu sindicância para apurar os fatos relatados pela família e já encaminhou ordens expressas vetando a entrada da pessoa identificada como “Conceição”, em denúncia feita também à Ouvidoria do HUT pela família.
Segundo o depoimento dos filhos de Valter, Conceição foi contatada por uma amiga da família no intuito de acompanhar o atendimento no HUT.
"Conceição " se identificou como assistente social da Assembleia Legislativa.
A direção do HUT esclarece que essa pessoa não possui nenhum vínculo com o Hospital. Portanto, não tem autorização de falar em nome do HUT sobre qualquer tipo de assunto, inclusive no que concerne ao estado de saúde de pacientes ou tratamentos/procedimentos realizados.
Com relação ao processo de doação de órgãos o HUT comunica que os trâmites seguidos obedecem à legislação federal. A Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HUT é formada por profissionais especializados e comprometidos com a ética e a lisura exigida pelo trabalho desenvolvido. A CIHDOTT nunca autorizou ninguém a tratar do assunto com familiares de pacientes do Hospital.
O Hospital esclarece ainda que o processo de doação de órgãos só se inicia após o fechamento do protocolo de morte encefálica, a confirmação de ausência de atividade cerebral e a autorização da família. Apenas familiares de primeiro e segundo graus, além dos cônjuges podem assinar os documentos autorizando a doação. Após o cumprimento deste trâmite, a CIHDOTT do HUT aciona a Central de Transplante e a Organização da Procura de Órgãos (OPO), que iniciam o processo de captação com as equipes autorizadas."