HUT notificou 143 casos de violência contra crianças em 2017

Quase 70% dos casos foram crianças do sexo masculino.

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O Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) notificou 143 casos de violência contra crianças menores de 12 anos em 2017. Dentre os casos identificados 72% foram crianças menores de três anos, quase 70% do sexo masculino e mais de 50% do interior do Piauí. Segundo informações do gente do NHE, Rui Cipriano, o Núcleo possui profissionais preparados para detectar, dentre os atendimentos de traumas com crianças, quais podem ser notificados como maus tratos. 

“As crianças menores de três anos são mais vulneráveis às situações de maus tratos, pois não possuem força física nem emocional para reagir a esse tipo de situação. É preciso ter bastante conhecimento técnico para identificar esses tipos de casos e não deixar essas crianças desamparadas. Uma análise mais detalhada dos profissionais de saúde pode revelar, além dos traumas físicos, traumas psicológicos graves. São casos delicados que devem ter uma atenção especial”, revelou Rui. 

Somente em 2017 foram internadas 2.601 crianças menores de 12 anos no HUT. A maioria dessas internações foi de crianças vítimas de mal súbito, com 453 registros. Rui explicou que para detectar esse tipo de violência contra crianças a equipe do NHE faz, diariamente, um trabalho de busca ativa dentro do HUT. “Quando conseguimos identificar algum caso desses fazemos a notificação e encaminhamos para o Conselho Tutelar. O Conselho consegue fazer uma investigação mais detalhada da situação e, se for o caso, tomar as providências necessárias para dar continuidade ao processo”, destacou.  

Ainda de acordo com Rui as notificações por negligência foram as que mais se destacaram em 2017, representando quase 90% dos casos. “A negligência é uma relação entre adultos e crianças baseada na omissão, rejeição, descaso, descompromisso do cuidado e do afeto e negação da existência. As quatro expressões mais visíveis da violência praticada contra crianças são a física, a sexual, a psicológica e a negligência. A vigilância desses agravos permite identificar os grupos mais vulneráveis à manifestação da violência e serve de orientação às ações de prevenção, cuidados e proteção para as vítimas, que nesses casos são as crianças”, completou.   

 

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