Domicílios situados em condomínios também estão sendo visitados por recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em muitos desses locais, o acesso do pesquisador é dificultado em função das normas de segurança, que, ao mesmo tempo, são essenciais para o bem-estar dos moradores. Por isso, a parceria dos síndicos é fundamental para garantir o êxito da coleta de dados do Censo Demográfico 2022.
No Piauí, o IBGE mapeou 640 condomínios considerados de difícil acesso – aqueles que possuem entrada e saída controlada por portarias. Ainda conforme o levantamento, a maioria deles (88%) estão localizados em Teresina. “Por suas características privativas e de restrições, especialmente por questões de segurança, acrescido ainda da ausência dos moradores na maior parte do dia, o IBGE encontra dificuldades para a coleta do Censo Demográfico nestes ambientes”, esclarece o coordenador técnico do Censo no Piauí, Pedro Andrade.
A maior parte dos condomínios do Piauí localiza-se dentro de setores censitários – unidade de divisão territorial utilizada pelo IBGE – que incluem outros tipos de moradia situadas ao redor. Dos setores censitários com condomínios de difícil acesso do estado, cerca de 35% já tiveram a coleta de dados finalizada, aproximadamente 45% estão com a coleta em andamento e cerca de 20% ainda não foram iniciados.
O trabalho de mapeamento, feito pouco antes do início da coleta de dados, consistiu também na identificação dos síndicos, para que o IBGE possa entrar em contato durante o recenseamento. “Os síndicos são fundamentais para a operação censitária, pois eles têm a responsabilidade de abrir os condomínios para os recenseadores, divulgar para os condôminos sobre a realização do Censo, bem como a importância dos resultados da pesquisa”, salienta Andrade.
Como morador eleito para administrar o local onde reside, o síndico é um formador de opinião, exercendo influência sobre os demais residentes. É o que acredita o síndico do condomínio Ilhotas Palace, em Teresina, Luís Neto, que enfatiza a necessidade de colaborar e estimular o fornecimento de dados ao IBGE. “Temos que prestar essas informações e ajudar quem está fazendo esse importantíssimo trabalho, pois, assim como temos direitos, responder ao censo é um dever de cidadão”, enfatiza.
Conforme o assessor da Coordenação Operacional dos Censos do IBGE, David Montero, cada vez mais brasileiros estão habitando em arranjos condominiais. “Ao facilitar o trabalho dos agentes do IBGE dentro dos condomínios, o país poderá ser devidamente retratado, para que vacinas, creches, escolas, transportes e outros serviços sejam dimensionados para o devido atendimento de todos”, ressalta. Montero destaca ainda que, “muitas parcerias já foram estabelecidas com condomínios e administradoras nas principais capitais nacionais e todos precisamos estar engajados neste projeto”.
A entrevista com o recenseador dura cerca de 5 minutos e basta que um morador responda por todo o domicílio. As informações coletadas são confidenciais, conforme previsto na Lei 5.534/68, que também prevê a obrigatoriedade de prestação de dados ao IBGE. Não há atrito com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que garante a possibilidade de tratamento de dados pessoais por órgãos de pesquisa.
Como verificar a identidade do recenseador
Os recenseadores trabalham uniformizados, com boné e colete azuis com a logomarca do IBGE. No colete, há também o crachá de identificação, contendo a foto e os números de matrícula e identidade do entrevistador. Os moradores podem verificar a identidade de todos os entrevistadores do IBGE através do site respondendo.ibge.gov.br ou do telefone 0800 721 8181, que funciona das 8h às 18h, todos os dias.