O aposentado Marciliano Mendes, de 73 anos, mora sozinho em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, e afirma fazer de tudo para economizar energia elétrica. Com pouco consumo de eletricidade, ele costumava pagar R$ 50 pelo serviço. No entanto, desde dezembro ele se surpreende ao abrir a fatura. O valor somado das últimas três cobranças chega a quase R$ 18 mil.
De acordo com o aposentado, ele não passou a exercer nenhuma atividade que justifique tal aumento da conta. Na casa de cinco cômodos, ele possui apenas televisão, geladeira e lâmpadas. “Eu tenho as televisões de 14 polegadas e eu só ligo para assistir ao jornal, somente. Não tem criança, não tem ninguém aqui, só eu”, afirma Marciliano.
A primeira fatura que o aposentado recebeu com valor alto foi em dezembro do ano passado, quando se cobrou R$ 8.482,55. Em janeiro, a fatura foi de R$ 5.757,43. O problema também ocorreu em fevereiro, pois cobraram R$ 3.656,98 pelo consumo de energia do idoso.
Sem condições de pagar a quantia, a energia chegou a ser cortada pela Companhia Energética de Goiás (Celg). Marciliano procurou a empresa e pagou uma taxa para religar a energia. No entanto, o aposentado já foi informado que, se não quitar a dívida, terá o serviço interrompido novamente.
O idoso afirma que também o avisaram que ele precisa pagar os R$ 18 mil e, só depois, poderá pedir a restituição dos valores pagos à Justiça. Com aposentadoria de R$ 1,6 mil mensais, Marciliano afirma que não tem condições de quitar o débito indevido, até porque, ele garante que não usou o serviço. “Eu não tenho condição de pagar e nem se tivesse eu não ia pagar porque eu não gastei, eu não devo”, diz o idoso.
A Celg informou, em nota, que retirou o medidor da casa do aposentado para fazer uma aferição e que instalou um novo equipamento. No entanto, o laudo só deve ficar pronto em abril.
A companhia afirmou, ainda, que até o esclarecimento do caso, não vai mais fazer nenhuma cobrança para o aposentado e colocará uma restrição de corte. Se for constatado defeito no medidor, o aposentado vai pagar, por mês, a média dos doze meses anteriores ao problema.